Outro políico me passou a perna na Internet. Mas eu gostei.

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O nome do sujeito é John Culberson, ele é Congressista pelo Texas, nos EUA. Republicano.

Isso já seria suficiente para imaginar algo do nível do Severino, Efrain, ACM. A imagem que temos de um republicano é George Bush – não exatamente uma sumidade – ou o Senador Ted Stevens, que tentou descrever a Internet como “uma série de tubos”.

Agora o Congresso nos EUA ratificou uma norma interna proibindo os congressistas de usar sites de compartilhamento de vídeo ou redes sociais, como YouTube, MySpace, Flickr, Facebook, etc. Isso mesmo, os políticos estão proibidos de postar vídeo ou conteúdos em sites fora do domínio house.gov.

Um deputado, Michael Capuano, propôs uma alteração onde o post poderia ser feito se a página não apresentasse conteúdo comercial ou político. Bem, basicamente significa que nenhum site está habilitado. Ficamos na mesma.

Aí que entra John Culberson. Como bom republicano, coroa, imaginamos que ele estaria por trás da legislação original, fechando a Internet para políticos, certo?

Errado.

Ele não só está se opondo abertamente à norma, como alertou ao vivo seus eleitores, através de sua conta no Twitter. Ele tem 1649 seguidores e 1079 atualizações, um número invejável, aliás.

 

culberson_tweet

 

Você leu direito. Um político, congressista, republicano, usa o Twitter. De um Blackberry. E piora (ou melhora, depende do ponto de vista)

O cara transmite vídeo ao vivo via celular usando o Qix, coisa que EU, que me considero antenado, ainda não cheguei sequer a testar para o MeioBit. E ele tentou transmitir de dentro da Sala Oval, mas “o Serviço Secreto não permitiu”.

Quanto a contato com eleitores, ele usa o Ustream para “encontros virtuais” em vídeo. Fala “firewall” sem engasgar.

Aqui no Brasil quando um político resolve tentar uma coisa diferente, como o César Maia quando lançou seu blog, a imprensa cai de pau chamando de “prefeito blogueiro”, com tom pejorativo, sugerindo que ele deixava de trabalhar para ficar blogando. As outras tentativas locais chegam a ser patéticas, como o site da candidatura da Marta Suplicy, que grita “artificial, feito por um comitê”.

Precisamos de menos Efrains e Martas, e mais John Culbersons. É muito melhor para o país um político, mesmo que não seja alinhado ideologicamente com você, se esse político estiver em dia com a tecnologia, usando-a manter vários canais de comunicação com a população. Como vimos no BannerGate, a estrutura “assessor respondendo email” não funciona. Botar gente para responder os emails dos políticos serviu tão bem para distanciá-los da realidade nacional quanto a construção de Brasília.

Infelizmente por aqui o máximo que vemos são politicos fazendo spam por email, sites “pessoais” escritos por assessores e material institucional da pior espécie.

Da mesma forma que as empresas com bons blogs corporativos descobriram, a classe política precisa entender que colocar um lado humano, mostrar que há gente por trás do Cargo é importante. Até porque nós aceitamos falhas de humanos -todo mundo erra- mas não de Entidades Onipotentes como os políticos tradicionais.

Fonte: Ars Technica



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