Susan Boyle é Mais Excepcional do que Aparenta

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Uma das coisas que mais gosto deste blog é que ele me faz pensar. Hoje por exemplo sentei para escrever como a Susan Boyle era irrelevante, como ser top no YouTube não quer dizer nada, e como figurar alto em rankings genéricos é apenas demonstração de que você sabe macetear o sistema.

Aí pensei mais um pouco e vi que o buraco aqui é mais embaixo. Não estamos falando de coisas locais como o BlogBlogs, Migre.me ou Twitter.

Existe uma escala onde a audiência supera a picaretagem, e os números são, sim, representativos. Algumas vezes a situação é grande demais para permitir a manipulação, e o YouTube é um caso desses. Nenhum grupo isolado consegue atingir os números de um hype espontâneo.

Não estamos falando de um idiota (desculpe, @Rosana, um gênio) rodando um script de casa. Estamos falando de milhões de pessoas visitando, recomendando e repassando um conteúdo. Susan Boyle teve mais de CEM MILHÕES de visualizações em seus vídeos, em menos de uma semana. Isso está ordens de magnitude acima de ter 20.000 seguidores no Twitter.

Mesmo com hype o Ashton Kutcher penou para conseguir 1 milhão de seguidores no Twitter. Nem a CNN conseguiu isso.

Então temos um modelo interessante, onde ter 100 ou 1000 ou 10.000 visualizações no YouTube não quer dizer nada, não define relevância, mas 100 milhões é prova inequívoca de que o conteúdo é interessante.

Interessante para quem? Para todo mundo, pois com esses números transcendeu-se nichos, fronteiras, idiomas, crenças, quase espécies. Não há segmentação possível para 100 milhões de pessoas.

Isso torna o sucesso da Susan Boyle mais excepcional ainda, pois ela competiu com a atenção de vídeos altamente segmentados, como a Marmota Dramática.

Nos blogs nós sempre pregamos a segmentação, repetimos o mantra de que blogs genéricos não dão dinheiro nem audiência, mas será que é isso mesmo? Dá para dizer que o campeão do YouTube, com 118.217.601 visualizações, o clássico Evolução da Dança é um vídeo segmentado?

Eu só sei de uma coisa: Criar algo que agrade 100 milhões de pessoas é algo que acontece muito mais por acaso do que de propósito. Nem quem faz viralzão tem a pretensão de criar algo dessa magnitude.

Atingir esse tipo de número é maravilhoso, mas assim como ganhar na loteria ou descobrir o Bordel das Japinhas, na Liberdade é coisa que depende da sorte, acontece uma vez na vida. Andar pelas ruas em busca dessas coisas só traz frustração (e umas lojas legais de mangá).

Portanto eu continuo defendendo que segmentação é o caminho, mesmo que pareça trabalhoso (e é) é mais certo do que atirar pra todo lado. Até pq mesmo a Susan Boyle, que é considerada arma de guerra, levou 47 anos pra acertar.



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