Seguindo o denuncismo da Deputada Luiza Maia, prendamos as racistas Elis Regina e… Preta Gil.

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Quando surgiu a polêmica do Tiririca confesso que apoiei, mas não pelos motivos alegados. Quase todo “Movimento” costuma ver preconceito em tudo, e o Tiririca me parece muito mais idiota do que racista. Infelizmente ser idiota não é crime, então ele foi enquadrado no que foi possível.

Há que se reconhecer que a letra da “música” do nobre deputado (isso é triste) é estúpida. Vejamos como fica trocando “nega” por ”ruiva”:

Veja veja veja veja veja os cabelos dela
Parece bom-bril, de ariá panela
Parece bom-bril, de ariá panela
Eu já mandei, ela se lavar
Mas ela teimo, e não quis me escutar
Essa ruiva fede, fede de lascar
Bicha fedorenta, fede mais que gambá

É estúpido, ofensivo independente de raça, se ele usasse “esquimó” deveria ser processado pelo Movimento Esquimó da Bahia.

O preconceito e a estupidez não estão nos termos em si, estão no USO dos termos, mas pelo visto essa geração que só consegue ler por palavras-chave é incapaz de algo complexo como interpretação de texto.

Agora mesmo, segundo esta matéria d’O Globo, o Luiz Caldas está encrencado por causa de uma música dos anos 80, Fricote. Tomou um calote e um pito da Prefeitura de Salvador pois sua música se enquadra em uma Lei local e a letra

“apresenta cunho racista e depreciativo às mulheres negras”

 

O Bafafá está sento tocado pela Deputada Estadual Luiza Maia, que considera ESTA letra racista e depreciativa:

Nega do cabelo duro
Que não gosta de pentear
Quando passa na baixa do tubo
O negão começa a gritar

Pega ela aí
pega ela aí

Pra que ?
Pra passar batom
De que cor?
De violeta
Na boca e na bochecha

Pra que?
Pra passar batom
De que cor?
De cor azul
Na boca e na porta do céu

Como portador de cabelo ruim, posso AFIRMAR para a Deputada que é uma merda pentear mesmo, por isso aliás a moda dos penteados afro, Diana Ross que o diga. Quem não gosta mesmo pode até fazer chapinha, comprar produtos da Embelezze, sei lá. Eu prefiro deixar curto.

Não importa o tamanho ou o tipo, cabelo bem cuidado fica bonito. A Rihanna é linda de chapinha e a Sheron Menezzes é linda de cabelo duro.

A música mostra que o negão não tem problemas com o cabelo, ele serve apenas como fator de identificação, da mesma forma que a Luciana Vendramini na novela do SBT é um cenourão.

Claro, a leitura via palavras-chave só permite que se leia “Nega do cabelo duro”, e isso soa racista, principalmente se você não tiver um MÍNIMO de conhecimento musical, não souber que “nega” pode e costuma ser usado como um tratamento carinhoso e, acima de tudo, é uma referência DIRETA a um CLÁSSICO da MBP, de David Nasser e Rubens Soares, Nega do Cabelo Duro:

Nega do cabelo duro, qual é o pente que te penteia?

Céus, a deputada vai ter um treco, afinal é PIOR do que dizer que a supracitada afrobrasileira não gosta de pentear o cabelo, a insinuação é que ela é BIOLOGICAMENTE inferior, e a tecnologia ainda não desenvolveu um pente avançado o suficiente pra funcionar naquele ninho de marfagatos que ela chama de cabelo.

O pior mesmo é que a acusação de racismo da música do Luiz Caldas (ou é do Beto Barbosa? Cartas pra redação do Gizmodo, não pra minha) se torna MAIS ridícula, nem por ele não ser exatamente um exemplo da Raça Ariana, mas pela canção ser cantada a torto e a direito no Brasil todo desde 1985, por gente de todas as raças, cores, credos e orientação sexual.

A cereja do bolo é quando a tal canção racista e depreciativa às mulheres é alegremente cantada pela… Preta Gil.

Eu tenho ressalvas quanto a várias atitudes da Preta Gil, mas não consigo imaginar autoridade maior NO MUNDO para determinar se uma música é racista e ofensiva a mulheres do que uma mulher, chamada Preta com sobrenome Gil. Bola fora, deputada.



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