Reviews piratas: Ética, anarquia e compromisso

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O Cybernet TechNews divulgou que uma cópia do Office 2008 para Macs caiu na rede, e o fórum InsanelyMac assumindo que caiu na rede é peixe, publicou uma resenha do programa. Saiu na frente de um monte de gente. Por um momento pensei se seria uma boa fazer o mesmo. Mas considerando que mesmo que exista a notícia como justificativa da pirataria, isso só serviria para queimar o MeioBit junto às empresas.

Liberdade Editorial não quer dizer bagunça. Outro dia recebi um pedido para fazer uma resenha do Tropa de Elite, afinal o filme estava disponível em todas as redes de P2P. Era só baixar e assistir.

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Dispenso. Não é que eu viva pelos R$12,00 economizados e o pão de queijo da Fox, mas se um blog quer ser visto como algo mais sério do que uma coleção de fotos pornôs, anúncios de afiliados “enlarge your penis” e banners “as seen on TV”, se um blog quer ser reconhecido pelo Mercado, deve ter uma postura coerente.

Entendam, há espaço para todos, eu admiro os blogs de sacanagem, admiro principalmente os blogs de cappers, que postam cenas especialmente interessantes, em geral da infinita fonte chamada Cinema Nacional, o Dino1 (não sei se ele quer o link. UAPDG) é meu herói (e de muita gente). Mas esse tipo de blog vive à margem da Lei. Eles sabe disso.

Publicar fotos da Playboy é outra atividade comum, mas que basicamente queima seu filme. O Judão vive publicando fotos de divulgação, e se recusa a linkar ou publicar ensaios completos. Ele perde os visitantes que querem as fotos integrais? Perde, mas ganha quando a Playboy manda material em primeira-mão e temos um gostinho da edição antes de todo mundo.

Se o blogueiro vai com muita sede ao pote, acaba fazendo review do filme pirata, baixa o software do mal, resenha e “sai na frente”, mas e aí? Quanto tempo essa atitude “rebelde” vai se manter? Quanto você acha que vai conseguir faturar antes de chamar a atenção dos estúdios, das editoras, da -meda- Microsoft? Vale a pena resenhar um filme pirata, em troca de cair na lista-negra desse pessoal todo?

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Não digo que esse tipo de blog não faça sucesso. Em termos de visitação dão de 10×0 nos blogs “caretas”, mas a consequência disso lembra aquela velha piada “só sou popular na Internet”. Eu acho que o objetivo principal de um blogueiro profissional deve ser sair do gueto. Não “fisicamente”, mas psicologicamente. O objetivo é ser reconhecido como blogueiro, não aquela estratégia “vou montar blog pra arrumar emprego”, digo sair do gueto no sentido de ser reconhecido por gente que NÃO tem blog.

Ser o Rei da Internet é fácil, até o Homer Simpson já ostentou o título. Difícil é, como eu vi, o Diretor de Mobilidade da Microsoft ser apresentado a uma blogueira e falar “ah, você é a famosa garota sem fio!”. Sim, meninos, eu vi.

Só que você não consegue isso fazendo posts histéricos, linkando pirataria e fazendo resenhas não-autorizadas.

Claro, os espertos podem dizer que estamos comendo mosca, perdendo a chance de sair na frente, perdendo paraquedistas, mas quando fui a uma apresentação/test-drive do Fiat Punto, a convite também da Microsoft, via MeioBit, não vi nenhum blog esperto. Isso mesmo, eles não são chamados para nada, não recebem informação privilegiada, são vistos, talvez não como inimigos, mas como um incômodo.

Só são populares na Internet.

Já vi posts pagos onde o autor passou o post todo ridicularizando o produto, o cliente e a idéia dele de anunciar naquele blog. Porra! Isso é atitude profissional? Não é mais fácil dizer “desculpe, não faço posts pagos”? Como fica a agência? Será que vão sequer considerar o blog em uma segunda campanha?

Essa pequena série de atitudes é a base de um código de ética, que de forma alguma é absoluto, de forma alguma serve para todo mundo. As regras inclusive valem para os dois lados. Se uma empresa te manda um material em confiança, dizendo para não divulgar antes do dia tal, e você não divulga, da mesma forma a empresa sabe que não pode pedir que você fale mal de um concorrente, ou que minta em uma resenha, ou mesmo que FAÇA um post relacionado ao produto/evento.

Todo relacionamento bem-sucedido é baseado em respeito, e se você respeitar seus parceiros (só 3 categorias têm parceiros: Blogueiros, gays e policiais de seriado americano) será uma experiência lucrativa para todos os envolvidos, incluindo seus leitores. Só não se deixe levar por nenhum dos lados (inclusive o seu). O melhor caminho é sempre o do Meio, já dizia Sidarta, ou Buda, o Idiota Gordo, segundo Salman Rushdie…


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