Na verdade essa discussão vem de berço. Nossa cultura do Maior do Mundo só admite que nos aliemos a campeões. Ronaldinho é o Melhor do Mundo? Beleza. Ayton Senna imbatível? Ótimo. Barrichello disputando junto com os cabeças, mas sempre atrás do alemão? Inconcebível, é um perdedor, um fracassado. Não basta correr na Ferrari. Tem que ser o máximo entre os maiores.
Sejamos realistas. Todo mundo só anda de Porsche, come no Fasano e namora a Luciana Vendramini? Uma Sarahyba também pode ser divertida. É vergonha ser visto do lado dela? Na Internet brasileira a cultura do Maior do Mundo achou terreno fértil (talvez abundância de adubo) para se desenvolver. “Eu uso YYY, dizem que é o melhor”. “Instalei o sistema YYY. Li que não há nada superior”.
As argumentações são várias, coloridas e emocionais, mas ninguém tem a decência, a hombridade, a humildade, a SIMPLICIDADE de dizer “eu sei que YYY é tecnicamente melhor, experimentei as alternativas e uso XXX porque gosto”.