Em uma matéria sobre blogs chineses a Folha de S. Paulo mais uma vez definiu blogs como “diários virtuais”. Isso já está cansando. Será que o autor da matéria não se deu ao trabalho de olhar a barra lateral de seu próprio site? Lá há uma seção chamada “blogs”, com diversos Blogs da Folha. Não creio o o blog de automobilismo do Fábio Seixas pareça com um “diário virtual”, ele sequer escreve em miguchês.
A Folha poderia perfeitamente abrir um box (caceta, estamos na Internet, não custa nem papel) e explicar. Poderia colocar um link, um popup, um vídeo onde a Britney Spears explica o que é blog, enquanto se masturba com um tamanduá resfriado.
Não. Vamos dar a nossa definição oficial e tentar manter por mais alguns aninhos a separação, mostrando que blogs são só diários, e não devem ser levados a sério. Pois bem, meus caros… alguns diários virtuais como o BoingBoing têm mais visitas do que vocês. E isso é só o começo.
O sensacional e perturbador vídeo Epic 2015 narra a queda do Quarto Poder, com as organizações de mídia perdendo cada vez mais influência, com a ascenção das redes sociais e troca de informação entre os próprios usuários.
A idéia de vocês tentarem instituir o chamado “jornalismo cidadão”, dando poder ao usuário ao aceitarem (quanta generosidade) contribuições, principalmente na forma de imagens e vídeos, de seus leitores, não dará certo.
Os leitores logo perceberão que as ferramentas estão aí. Ao invés de mendigar uma exposição em seus sites (de que adianta? Vocês nem colocam links para nada fora de seus domínios) os leitores publicarão em seus próprios diários virtuais as notícias.
No modelo atual, seu caminho é o mesmo do Dodó e do Fidel Castro, meus caros. E já vão tarde.
Aqui, o excelente (e perturbador) vídeo Epic 2015, legendado em português. (sim, eu sei o que falei sobre vídeos no post anterior, mas danem-se os ganhos, ao menos uma vez)