Este post contém propaganda, não leia

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mm Uma das reclamações que vejo por aí em relação aos posts pagos é que ele afeta o conteúdo do blog. Sim e não. Existem, sim, blogs que literalmente abrem as pernas e publicam jabás descarados, abrindo mão do conteúdo que atraiu o rol de leitores que efetivamente possibilitou o tal post pago. Sem leitores, sem dinheiro. Não é difícil entender.

Por outro lado acho a visão de que se é propaganda é ruim muito simplista. Caceta, o YouTube está CHEIO de comerciais avidamente consumidos repassados, viralizados pelos leitores. Desde antes do Tubo, as pessoas já mandavam (para nossa inconveniência) anexos monstruosos com ASFs de 4MB com aquele “filme genial, banido, que você tem que ver”.

Ao mesmo tempo qualquer pesquisa vai mostrar que 112% das pessoas odeiam propaganda. Como conciliar esses dados com o fato de que essas mesmas pessoas consomem anúncios no YouTube e emails voluntariamente?

Fácil: Se é legal, não é propaganda. É conteúdo, é entretenimento.

Todo mundo ficava esperando os filmes da US Top para ver qual situação o Fernandinho e sua bonita camisa se meteriam, Carlinhos Moreno era sempre uma incógnita desejada no próximo comercial do BomBril. Na Inglaterra filmes da Guiness são ardentemente aguardados. Nos EUA boa parte da população anseia pelos comerciais do Superbowl, que custam US$3 milhões por 30s, só de veiculação.

As campanhas da Pepsi nos anos 80/90 eram maravilhosas, filmes com o Michael J. Fox, comerciais como o de Top Gun, o dos Astronautas… e a Coca-Cola? Época de Natal todo mundo fica esperando a hora de ver os ursinhos para fazer “ahhhnnnnn….”

Isso é tão propaganda quanto as Casas Bahia.

Uma das reivindicações da minoria chata que não aceita que blogs ganhem dinheiro é que os posts pagos sejam identificados “no começo, assim não preciso ler”. Eu me recuso a fazer isso. Terminantemente. A essência da propaganda é que pedimos “um minuto de sua atenção”. O cliente paga para ter uma oportunidade de exibir seu produto. Não queremos cliques, não pedimos cliques. Sequer PODEMOS pedir cliques. Aliás, não clique, exceto se for algo que te interesse muito.

O que não posso fazer, principalmente, é negar ao anunciante a oportunidade de ser visto. Eu não acredito que essa gente arranque os fones quando o rádio toca uma chamada para um supermercado, ou que fechem os olhos e saiam da sala a cada comercial na Sony, gritando da cozinha “já voltou ou ainda está no comercial?”. É um tipo de histeria que não existe no mundo real e não deveria existir na Internet.

Aqui vale o conteúdo. Se é um conteúdo inspirado em um jabá, não me interessa. Os posts da Mirian são excelentes, depois que ela encontrou seu formato ideal. Eu agradeço ao patrocinador por ter proporcionado um texto divertido. Ela colocar no alto do post “Este texto foi escrito para acompanhar a promoção do Lux Luxo – Sabonete das Blogueiras Ensaboadas” vai ajudar alguém? Só vai dar crédito a uma histeria que não existe, repito, criada por uma minoria absolutamente irrelevante e barulhenta.

Minha posição: Conteúdo bom é conteúdo bom. Se é pago ou não, não me interessa. TUDO que eu assisto na TV é pago, não sou ingênuo de pensar “que legal, House tem um iPhone”. Meu pensamento é: “Nossa, esse jabá rendeu uma cena excelente”. Ao contrário das novelas da Globo onde os personagens do nada resolvem ir ao caixa eletrônico e ficam elogiando o banco.

O bom conteúdo é a base da blogosfera. Quer ganhar dinheiro com post pago? Faça bom conteúdo, inclusive e especialmente se for pago pra isso. Tem considerações filosóficas, está de má-vontade, quer “ferrar o babaca que quer poluir seu blog”? Não faça. Não aceite. Não há nada de errado com isso. Só não sabote a ponte onde você está de pé.

De resto, a Marilyn Monroe tipográfica que ilustra este texto deixou de ser uma bela peça de arte só porque faz parte de uma campanha da Folha de São Paulo? Tenho muita pena de qualquer um que diga “sim”.

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