Sam Stevens é uma daquelas mães que acha que o mundo gira em torno de seu pequeno floquinho de neve, adequadamente batizado Cain, que foi mordido por um Mastin Napolitano (é um cachorro, não um sorvete) de um vizinho. Ela está puta porque o Controle de Zoonoses da cidade de Hamilton, Nova Zelândia, decidiu que o cachorro NÃO deveria ser sacrificado, apesar do moleque ter passado três dias no hospital, todo esfolado, com um corte de 9cm no rosto, devido a um ataque do cachorro.
Fosse no Brasil, já imaginariam que o cachorro era de algum Juiz ou Deputado ou bicheiro.
Nada disso, o cachorro pertencia a um ex-namorado da irmã da mãe do pimpolho, (provavelmente ex depois do ataque) e tudo aconteceu em um churrasco.
Aí começam as explicações que a mamãezinha querida finge não ter conhecimento:
1 – O guri estava dentro da casa, e já havia sido alertado pela mãe para parar de implicar com o cachorro, mesmo assim ele saiu da casa e foi até o bicho, mais uma vez.
2 – Duas testemunhas viram o pestinha sair da casa e puxar os testículos do cachorro. Pela segunda vez.
3 – Dois investigadores do Controle de Zoonoses estudaram o cachorro e concluíram que ele não apresenta perigo para ninguém.
4 – A investigação também revelou que o moleque filhodaputa esteve envolvido em DOIS outros casos de crueldade com animais.
5 – O cachorro tem a ficha “completamente limpa”, e o incidente foi reportado às autoridades pelo DONO, e não pela mãe.
A mamãe se diz desconsolada com a decisão de NÃO sacrificar o cachorro. Eu estou desconsolado pelo cachorro ter agido em legítima defesa, com resposta proporcional. Ele poderia perfeitamente ter TRUCIDADO o pimpolho, mas deu apenas uma mordida dizendo “não puxe a PORRA do meu saco”.
Os filhos da minha ex-cunhada NUNCA iam na minha ex-casa, na primeira vez cismaram de encher o saco dos gatos, o Gatoberto meteu-lhe as unhas, o moleque saiu chorando (se puxassem meu rabo eu faria o mesmo, digo, choraria). A mãe veio cobrar atitude, eu olhei para o Gatoberto e falei: “Muito bem, você está na sua casa e ninguém tem o direito de puxar seu rabo, bom menino”.
Digamos que ela não gostou muito.
Outra vez eu estava na casa de uns conhecidos de uma amiga de uma amiga. Junto uma PESTE de uns 4 anos, peste no nível de dar tapa na cara da mãe (eu vi, não era metáfora). Conosco a Lisa, mini-poodle da Beth, minha amiga. O moleque CISMOU de implicar com a cachorrinha, que sendo um mini-Poodle não tinha como dar resposta à altura.
Uma hora ele sentou em um lado da varando e começou a tacar brinquedos na cachorra (brinquedos grandes, tipo balde de praia). Eu avisei: “NÃO FAZ ISSO! QUIETO! SIT! DEIXA A CACHORRA EM PAZ!”
A peste não estava acostumada com figura de autoridade, e parou por alguns segundos. Em seguida pegou alguma coisa GRANDE e tacou. A cachorrinha ganiu e veio se esconder perto de mim. Eu peguei o brinquedo e taquei de volta, COM FORÇA. Ele começou a chorar, a mãe veio ver.
Expliquei: “Esse ANIMALZINHO do Damien está tacando coisas e machucou a Lisa. Eu avisei pra não fazer, ele continuou. Taquei um de volta pra essa peste sentir se é bom” Juro pelo Bem da Luciana Vendramini que usei esses exatos termos.
A mamãe do pimpolho, igual a do caso na Nova Zelândia, ficou indignada, afinal seu filhinho tinha o Direito Divino de torturar animais, poxa, torturava a própria mãe, porque não um mini-poodle?
Rolou um princípio de barraco, mas eu já estava vermelho de raiva, minha amiga também ficou puta, rolou climão e foi todo mundo embora. Nunca mais vi a peste do Damien, espero que tenha encontrado um Mastin Napolitano pela frente.