Morreu um homem que fez diferença

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Você provavelmente nunca ouviu falar de Norman Borlaug. Eu também não conhecia, até vê-lo em um episódio do programa do Penn Jilette. Ele era um agrônomo americano especializado em desenvolver variedades de alta produtividade e resistentes a doenças, através de cruzamentos seletivos. Ele também defendia a introdução dessas espécies no Terceiro Mundo. Tendo recebido apoio de vários países, suas sementes transformaram o mundo. O México em 1943 importava 50% de seu trigo. Em 1956 se transformou em exportador. Índia e Paquistão em 5 anos dobraram sua produção agrícola. As sementes de arroz de Borlaug eram 10 vezes mais produtivas que as usadas na índia.

Tudo, TUDO que você come hoje passou pela mão desse homem. A chamada Revolução Verde, o grande incremento em produção e qualidade agrícolas que começou em 1945 foi obra basicamente de Norman Borlaug. Estima-se que ele tenha salvo a vida de mais de um bilhão de pessoas, que sem suas técnicas teriam morrido de inanição.

Por sorte Borlaug não era gay como Alan Turing, então foi reconhecido em vida, em 1970 ele ganhou o Prêmio Nobel. Não o de Agricultura (eu sei!) mas o da Paz, em 1970. Ele também recebeu a Medalha de Ouro do Congresso dos EUA e a Presidential Medal of Freedom.

Suas técnicas são criticadas por ecochatos e hippies em geral, pois não tem nada de “orgânicas”, que diga-se de passagem apresentam produtividade baixíssima. Desses críticos, Borlaug declarou:

“Eles nunca experimentaram a sensação física da fome. Eles fazem seus lobbies de escritórios confortáveis em Washingont ou Bruxelas. Se eles vivessem um mês entre a miséria do mundo subdesenvolvido, como eu fiz por 50 anos, estariam gritando por tratores, fertilizantes e irrigação, e irados com os elitistas em casa que tentam negar o acesso a essas coisas”

Borlaug morreu ontem, aos 95 anos, em casa.

Claro, nem todo mundo é fã do trabalho de Norman Borlaug. Mark Dowie, jornalista americano e militante comunista disse, da Revolução Verde:

“O objetivo primário do programa era geopolítico: Prover comida para a população em países subdesenvolvidos e assim trazer estabilidade social e enfraquecer o fomento da insurgência comunista”

É incrível, mas para alguns nem alimentar um bilhão de famintos é considerado coisa boa.

Para mim é. Obrigado por ter existido, Doutor Borlaug.

Fontes: Wiki de verdade


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