A Liçãozinha de moral que me fez virar Hacker

A Liçãozinha de moral que me fez virar Hacker

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O Mary Sue é um site militante que segue a vertente moderna onde tudo é ofensivo e tudo deve ser analisado com o pior viés possível. Qualquer coisa negativa pode e deve ser atribuída à opressão e misoginia. Ninguém faz nada por acaso, tudo é feito para oprimir mulheres, e o Ghostbusters fracassou porque os homens proibiram as mulheres de ir ao cinema (juro!).

Na vida real as mulheres detém a decisão de compra no caso do cinema, e são capazes de pensar por si mesmas, mesmo as louras. Já no Universo do Vitimismo do Mary Sue, é diferente.

O alvo deles agora é o novo jogo da Rockstar, que será uma continuação do aclamadíssimo Red Dead Redemption, ambientado no faroeste. Extraindo informações direto da cavidade anal, a autora do artigo decidiu, baseada em silhuetas que será mais um jogo com protagonista homem cis branco.

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Como basicamente TODO faroeste, tirando os do Jet Li.

Seguindo o modus operandi normal, o site faz um gameshaming sem sequer ter visto o jogo, que nem foi lançado, mas isso não importa. Não gostou dos protagonistas? Não compre. Não gostou do enredo? Não compre. Acho o filme sexista? Não assista. Vote com seu bolso não aporrinhe minha orelha. Ela não merece ser estuprada e se você acha que isso é trivialização de estupro me mostre seu twit dando bronca na tal guria vegan acusando quem bebe leite de promover o estupro de vacas (sério!).

A necessidade de todo produto de mídia, tudo game ter que preencher cotas de diversidade étnica sexual geográfica ou sei lá mais o quê é um absurdo, é forçar a agenda militante no trabalho criativo dos outros.

Se o EXCELENTE Luke Cage tivesse o Russel Crowe como protagonista e a população do Harlem fosse irlandesa eu não assistiria o segundo episódio. Luke Cage foi ótimo por lidar com temas atuais sem lição de moral, sem agendinha Bem vs Mal. Sem ninguém estar lá pra preencher cotas. Todo mundo tinha seu mérito.

O tal site quer um Red Dead Redemption Para Militantes, mas quer saber? Não vai acontecer. As empresas estão aprendendo que quem chilica não consome, vide Ghostbusters e tantos outros exemplos.

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Uau, um faroeste com duas das atrizes mais populares do momento? Tem tudo pra dar certo! (US$18M de faturamento, 160º lugar no ano)

A militância quer moldar o mundo à sua imagem, interferindo na ficção, e isso é péssimo. Péssimo e egoísta visto que você pode criar suas próprias peças de ficção ao invés de ditar o trabalho dos outros.

infelizmente é impossível para essa gente aceitar que outros não sigam a agendinha deles, ou que as pessoas gostem de filmes e jogos sem lições de moral e mensagens do He-Man.

Samuel Goldwyn, fundador da Metro Goldwyn Meyer já dizia:

Filmes são entretenimento, mensagens devem ser enviadas pelos Correios.

Eu não gosto de filmes com lição de moral. Note que é BEM diferente de abordar temas polêmicos. District 9 usa de metáforas óbvias mas clássicas de ficção científica e discute racismo e segregação lindamente. Já Elysium, do mesmo diretor é uma fumegante pilha de bosta, com um discurso maniqueísta e uma sociedade que simplesmente não funciona.

Quer vender seu peixe? Embrulhe com papel aveludado, não com jornal.

Essa mania de enfiar lição de moral em entretenimento na verdade nem é de hoje. No distante ano de 1985, quando se comprava Plutônio em farmácias eu consegui um jogo ótimo para meu ZX Spectrum:

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Sim, isso era um computador.

Era o Teatro Europa, e para quem ainda estava no hype de Wargames, um jogo de guerra era maravilhoso. No decorrer da partida você tem a opção de lançar um ataque nuclear, mas para isso precisa de um código.

Esse código era conseguido via telefone. Você tinha que ligar para um número, onde uma gravação iria explicar as terríveis consequências de uma guerra nuclear, milhões de mortos, contaminação radioativa, etc. Se mesmo assim você quisesse prosseguir, ele te daria o código.

Eu fiquei PUTO. Como assim? Eu quero explodir Moscou, caceta. Eu vi The Day After, sei que guerra nuclear é desagradável, só que estou JOGANDO, BRINCANDO, FAZ DE CONTA, PORRA.

Nenhum dos meus amigos tinha o código, as revistas inglesas não forneciam também. O jeito foi estudar o programa, aprimorando meus conhecimentos de Assembler Z80 no processo. Decodifiquei um monte de rotinas em código de máquina, descobri o que era ROT13, gastei semanas mas consegui o código.

Foi mais gratificante esse processo do que eliminar os malditos comunistas (e destruir o mundo no processo).

Eu mandei uma ENORME banana pros produtores querendo enfiar sua agendinha goela abaixo das crianças. Nesse dia eu descobri que, como dizem no Twitter, não sou obrigado.

Claro, bom mesmo foi quando usei esse conhecimento adquirido pra hackear o Samantha Fox Strip Poker e finalmente ganhar o algoritmo que sempre roubava. Aqui a imagem final. E sim, era essa a resolução do ZX Spectrum:

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