O Sonho Não-Tão-Distante de Miguel Nicolelis
“Tire sua pata fedorenta virtual de mim, seu maldito macaco sujo!”
Essa semana a mídia mundial entrou em polvorosa com a divulgação de um artigo publicado na Nature.Nele é descrito uma pesquisa do Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke.
Assinado pelo Co-Diretor do Centro, o brasileiro Miguel Nicolelis, o artigo detalha o último avanço de seu grupo, que estuda interação cérebro-computador. O objetivo é viabilizar membros cibernéticos controlados diretamente pelo cérebro, não por eletrodos em músculos do ombro ou outros métodos igualmente imprecisos.
Nas fases iniciais da pesquisa lá em 2003 inseriram eletrodos ultrafinos no córtex motor do cérebro de macacos, enquanto os ensinavam a usar um joystick e mover um cursor em uma tela de computador. Quando o macaco fazia o movimento correto, ganhava uma recompensa.
Com o tempo o joystick foi retirado, mas os macacos aprenderam a mexer o cursor repetindo os movimentos. Logo, para surpresa dos pesquisadores os símios pararam de mexer o braço, comandavam o cursor apenas com a mente, seu cérebro havia criado um “braço virtual”.
O truque aqui é que estão se valendo do cérebro ser um órgão altamente adaptável, mesmo quando adulto.
Na pesquisa publicada na Nature foram além, Nicolelis diz que criaram uma interface cérebro-máquina-cérebro. Veja o vídeo abaixo: