A 4ª Parede vai te pegar

paredetemplo_thumb%5B2%5D A 4ª Parede vai te pegar

Quarta Parede é um recurso cênico usado inicialmente no teatro, mas que se moveu para outras mídias. Tem a ver com a parede imaginária que separa o espectador do palco. Ao se dirigir diretamente a um espectador o ator derruba a Quarta Parede, o que pode ser um excelente recurso de bem utilizado, ou pode minar a “suspensão de incredulidade”, se mal usado.

Existem muitos filmes onde isso é usado. Em Jay and Silent Bob Strike Back coincidências são referidas como  “isto parece roteiro de um filme ruim”, seguido de um silêncio, com os atores olhando diretamente para a câmera. Comédias costumam usar do recurso, enquanto dramas e outros filmes “sérios” raramente o fazem.

Com a Internet, tudo mudou (novidade). Agora não é mais a parede que é derrubada, o espectador é que a atravessa. Não para fazer parte do filme, como n´O Último Grande Herói, mas a “suspensão de incredulidade” que faz com que acreditemos que homens possam voar, entortar colheres com a mente (ok, ok, eu sei, não existe colher) ou viver dois anos em uma ilha deserta sem perder peso é estimulada.

Rabo de Arraia no dos outros é refresco

South.Park.S10E11.DSR.XviDNoTV.avi00%5B1%5D Rabo de Arraia no dos outros é refresco  

Existe um grupo que defende a teoria de que um certo tipo de humor existe para ofender. É um erro. O objetivo do humor é fazer rir. Secundariamente, fazer pensar. Pessoas ofendidas não riem, muito menos pensam. Esse mesmo grupo defende a idéia que o humor não pode ser ofensivo ou depreciativo, sem perceber que essa é a base do humor. Mesmo o palhaço mais inocente está se autodepreciando para fazer rir.

Existe um outro mito, o de que há um período de resguardo durante o qual um tema não deve ser abordado em peças de humor. Tenho tomado algumas pedradas por causa deste post, mas ninguém explica exatamente qual o prazo correto para usar uma tragédia em uma peça de humor.

Ele até disfarça, mas no fundo é um analfabeto funcional

lulala2_thumb%5B1%5D Ele até disfarça, mas no fundo é um analfabeto funcional

É algo muito frustrante, a sensação é atirar pérolas aos porcos. São citações, referências, construções originais, frases da mais fina (e nem tão fina) ironia, duplo sentido, formando um texto rico, para ser lido com  a cabeça inclinada, procurando nas entrelinhas.

Aí vem um corno, via Google, olha o título da bosta do texto, tira todas as suas conclusões e escreve um comentário cheio de som, fúria e erros de português, ortografia, gramática, lógica, bom-senso e conhecimentos gerais. Alguns são tão patéticos que conseguem errar o próprio nome.

Quando o crime ficcional dá cadeia de verdade

alice_thumb%5B3%5D Quando o crime ficcional dá cadeia de verdade

Os defensores da liberdade de expressão geralmente assumem que defendem o direito de alguém expressar algo que eles mesmos expressam. Quando o tema não lhes agrada, pedem tranquilamente seu banimento e remoção, como a Fernanda pediu no meu post sobre as teorias conspiratórias do acidente da Gol. A liberdade de expressão termina quando alguém é ofendido. Perfeito, mas como tudo ofende alguém, de alguma maneira, como ficamos?

Para complicar: E quando é um caso de liberdade de expressão onde a expressão expressada é expressamente contrária à visão geral da sociedade? Não me expressei bem? OK, vejamos o caso de Karen Fletcher:

54 anos, moradora da Pennsylvania. Está presa e pode ser condenada a até 5 anos de xilindró. Motivo? Matar, estuprar, abusar, seviciar, barbarizar (lá se vai me AdSense) crianças de nove anos ou menos.

Em ficção.