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Antigamente eu achava que a culpa era da geração de meus pais e avós, um bando de luditas retrógrados ainda espantados e assustados com a novidade da eletricidade. Tudo que fosse eletrônico (ok, elétrico) era visto com desconfiança.
O “amigo do pai”, a eterna figura esotérica que sempre sabia mais de tudo sobre tudo era categórica: “Videogame estraga televisão”. Ficávamos restritos a ligar nossos Telejogos (velho é velha!) em TVs preto-e-branco, de 2 ou 3 polegadas. Que NUNCA queimavam, claro. Já a colorida da sala, se você passasse com a caixa do Atari a menos de 10m dela e a TV desse problema no vertical 6 meses depois (de novo, velho é a sua avó!) a culpa CLARO era do videogame. Nem assassinatos em massa nos EUA são tão culpados por videogames quanto defeitos de TV.
Isso incutiu um complexo de perseguição nos garotos (a única pessoa da minha rua que tinha Atari era uma menina, mas usei “garotos” pra irritar as feministas) que persiste até hoje. Achamos que videogame é coisa de criança. A IMAGEM de videogame é algo bobinho, a própria mídia contribui, mas sejamos sinceros: A mídia simplifica TUDO!