United Beers of the World–ou: Ser blogueiro é bom
Cazaquistão e o oposto do sofativismo
Embora tenha grandes riquezas naturais, como o melhor Potássio do mundo e algumas das prostitutas mais limpas da Ásia Central boa parte da renda do Cazaquistão vem do petróleo, e como toda ex-republiqueta soviética não é muito afeita a essa tal de democracia.
O país só teve um Presidente (ao menos para as crianças isso é bom, menos nome pra decorar): Nursultan Nazarbayev, que vem sendo reeleito desde 1991. Ele tem poder de vetar qualquer Lei, é Comandante em Chefe das Forças Armadas e consegue até compra Coca com casco de Pepsi.
Na última eleição Nazarbayev ganhou com 95.54% dos votos, o que significa que –se o pleito foi honesto- esse sujeito é mais popular que Jesus Cristo, ou o candidato de oposição foi o Sacha Baron Cohen.
Com isso tudo é normal que essa gente não saiba lidar com dissidência, ou até saiba bem demais. Qualquer embrião de protesto era devidamente yorkshirezado pelo governo, mas como estamos falando de déspostas e não enfermeiras idiotas, garantiam primeiro que não havia ninguém filmando.
Agora o bicho pegou de novo. Na cidade de Zhanaozen (150Km de Azkaban), um dos centros petrolíferos do país trabalhadores começaram a protestar feio, com greves e piquetes.
As reinvindicações são (infelizmente) as de sempre: Melhores condições de trabalho e salário decente. Um soldador com 20 anos de empresa ganha por lá o equivalente a US$810,00. Pelo que aprendi em Eurotrip é uma bela grana, mas ainda pouco pelos padrões internacionais.
O Twitter da Dilma, ou “Obrigado, Esparro”
A última eleição no Brasil foi vista por muitos como “A” eleição das mídias sociais, com direito a “marketeiro do Obama”, candidatos soltando vídeos no YouTube, Orkutando e Tuitando pra todo lado.
Eu não discordo, embora ache que o alcance das redes sociais na terra onde se vota em troca de sapato e emprego pro filho ainda é limitado. Convenhamos, se Internet influenciasse tanto ninguém precisaria de boca de urna, a forma de divulgação mais idiota possível, e uma das que melhor funciona.
O que me assusta é que no Brasil, ao menos no nível do Poder Executivo as redes sociais são vistas como uma versão moderna da boca de urna, do santinho, do galhardete pregado no poste. A única vantagem para nós eleitores é que a Internet não fica suja como as ruas, depois das eleições.
O melhor exemplo é a campanha da Presidente Dilma. Lançado com pompa e circunstância seu pé nas redes sociais foi enorme, utilizando de forma correta as ferramentas Dilma amealhou centenas de milhares de seguidores, chegando a momentos de puro estadismo, quando trocou amabilidades com os adversários. Por um breve instante parecia que estávamos diante de uma Utopia, onde políticos trabalhariam de forma transparente.