Um dos primeiros formatos de cartão de memória foi o Memory Stick, da Sony. As regras de licenciamento eram draconianas, assim ninguém fora da Sony utilizava o formato. Pouquíssimas empresas lançavam cartões compatíveis, mas o advento das máquinas digitais deu uma sobreviva bem razoável a ele. Hoje em dia as limitações de 128MB são risíveis, pode-se dizer que ele morreu. Então, que tal uma necrópsia? Vamos abrir um Memory Stick e ver o que há ali dentro… |
Nossa vítima é um Memory Stick de 8MB, remanescente de minha primeira câmeras digital, a venerável Sony Cybershot P31.
Quando abandonei as Sony, em prol da Exilim Z750, usava uma U30, com 2 cartões de 128MB e 2 de 64MB. Mesmo a 2MBits, consome-se muito rápido esse tipo de mídia. A ânsia de fotografar tudo sem gastar com revelação é irresistível.
Assim como é irresistível o impulso de investigar. Sempre tive dúvida se o tamanho do Memory Stick era algo relacionado a limitações de projeto ou pura decisão comercial.
Sendo assim, vamos abrir um e descobrir. Há uma faixa de encaixe delicada inclusive com guias para um estilete, então não é muito difícil (ainda mais com a morte do dispositivo já dentro de meus planos).
Ao remover (com auxílio de uma tesoura) uma surpresa:
Sim, o circuito ocupa todo o comprimento do cartão. Há dois chips principais, um controlador e um chip de memória.
Continuando o trabalho de porco, vamos remover a capa plástica totalmente:
Note que a chave de proteção de gravação é muito, muito grande comparado com o resto do circuito. Temos diversos componentes discretos, como resistores de superficie. Também fica evidente que diversos pinos da unidade controladora não estão ligados a nada.
O circuito de memória é um chip da SAMSUNG, made in korea, modelo K9F6408UOC. É uma memória NAND-Flash de 64MBits.
O consumo é baixo, esse modelo recebe alimentação entre 2,7 e 3,6V, retificando para 3,3V internamente.
Atrás, nenhuma surpresa.
Algumas trilhas de circuito, nenhum componente, o que ajuda a tornar o Memory Stick mais fino e aquelas indicações impreensíveis para todos fora do fechado círculo dos engenheiros eletrônicos. (os de verdade, conheci uma que não conseguia trocar uma tomada).
Em breve farei uma exploração semelhante em um cartão SD, vamos ver o quanto evoluímos nesses poucos anos.
As fotos em alta resolução podem ser encontradas no meu Flickr: