Quando você vai a um Outback da vida (Carol, vamos repetir) não precisa se preocupar com algum militante hindu pulando, cheio de explosivos, gritando “Shiva Akbar” ou algo assim, antes de estragar seu almoço e transformar suas entranhas em decoração abstrata nas paredes.
Meu churrasco tradicional de sexta-feira santa nunca foi interrompido, mesmo por minha vizinha católica fanática que passou mal comendo carne de soja, por achar que ainda assim era carne.
Meus amigos judeus tradicionais não reclamam se peço um lombinho fatiado aperitivo no bar, no máximo pedem outra coisa e não querem dividir a conta do lombinho, mas isso era esperado.
Meu ex-padawan Wicca nunca tentou me converter, convidando praquelas orgias de bruxinhas pós-adolescentes dançando nuas em torno de fogueiras, em frenesi erótico. (nunca o perdoei por isso).
Desenhos animados hoje em dia estão se especializando em sacanagear as grandes religiões, em seus aspectos mais esquisitos. Seja a virgem que sangra pelo fiofó examinada pelo papa, em South Park, sejam as freiras assassinas em Family Guy.
Jesus, morador de South Park, Colorado
Pombas, a Matilde Mastrangi já fez uma cena de sexo vestida de freira, ótima (ela e a cena) e ninguém iniciou um Jihad por isso.
Matilde Mastrangi e David Cardoso (não somos parentes)
Mesmo nos mais exaltados protestos católicos, a coisa se resume a meia-dúzia de donas mal-comidas na porta de um cinema boicotando um filme que não iriam ver de qualquer jeito. Alguma coisa aprenderam desde a Inquisição.
Já esses fanáticos cabeças-de-toalha se acham acima do bem e do mal. ELES somente ELES não podem ser criticados, tocados ou mencionados. TODO MUNDO tem que agir de acordo com SEUS preceitos.
Eu como porco SIM e já admiti bêbado que tinha tesão na Miss Piggy. Nenhum islamaluco vai me tirar esse direito.
Agora estão queimando embaixadas da Dinamarca, Noruega, Áustria e outros países. Líbano, Síria, Irã, a tendência é a coisa se espalhar.
Notem: Nenhum desses países tem nada a ver com o peixe.
Clérigo Islâmico, ao fundo a obra de seus fiéis
Tudo começou quando um jornal dinamarquês, o Jyllands-Posten publicou uma matéria sobre a dificuldade de um autor em achar um ilustrador para seu livro sobre a vida de Maomé. Não era um livro de humor, não era um livro desrespeitoso, sequer era algo do nível do Salman Rushdie. Infelizmente usaram cartoons. SIM, aqueles que estamos acostumados no Charges.com.br, aqueles que ilustram TODOS os jornais diários no planeta (inclusive os muçulmanos). Ressaltando a liberdade de expressão, o jornal publicou 12 cartoons sobre como seria a aparência de Maomé.
Os islâmicos ficaram furiosos, começaram a perseguir o jornal, o país, o ocidente. Para piorar, lançaram diversos cartoons na internet, realmente ofensivos, que nunca foram publicados no jornal.
Há até uma carta-aberta em árabe, dinamarquês e inglês no site do jornal, explicando a situação e pedindo desculpas.
Eu sinceramente não conseguiria escrever um texto desses começando com “Honourable Fellow Citizens of the Muslim World”. Minha hipocrisia natural não chega a tanto. Muito menos minha diplomacia.
Não vejo nada de honorável em matar gente por causa de cartoons.
A justificativa, que Maomé proibiu sua representação para evitar adoração, não me convence. Ele já foi retratado sim em diversos materiais islâmicos antigos. Na verdade o islamismo não é a única religião que proíbe a representação de divindades/profetas em artes iconográficas.
Pesquisando os dez mandamentos, a regra é clara:
Êxodo 20:4,5 : “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás(…)”
Haram claro. Micheglângelo é pecador contumaz.
Tomou, papudo? Nem pôster da Playboy, nem imagem de santa, nem arte figurativa. Recebi uma foto ontem de uma beldade em um pijaminha curtinho com um par de seios absolutamente lindos, desafiando as leis do Corão e da gravidade. Me encurvo, ajoelho e sirvo-os à hora que ela quiser. Que bom não ser islâmico. (ok, estou me exibindo).
A questão é: A regra está lá, perfeitamente clara. Felizmente os responsáveis pelos primórdios do cristianismo perceberam que lucrariam (nos dois sentidos) com uma arte figurativa rica. Acho a arquitetura árabe muito bonita, mas nada se compara a um Michelângelo (O artista, não a tartaruga).
Segundo nossos amigos fundamentalistas, o David, a Capela Cistina, o Moisés seriam prontamente destruídos, como as estátuas de Buda no Afeganistão.
Estátuas milenares destruídas pelo Talibã. Praise Alah!
Notem que na tradicional política dois-pesos-duas-medidas do mundo islâmico, é perfeitamente kosher ofender profundamente Israel. Embora, curiosamente, as Três Fés sejam irmãs, e pelo Corão um cristão ou um judeu não são considerados infiéis. (conheço uma cristã que é mas isso é outra história).
O papa diz “paz na Terra”, a criatura satânica de aparencia judaica diz “nossas colônias na terra”
Charge sobre “Expansão do sionismo na Dinamarca”
Curiosamente ofender o Islã É crime em Israel. Uma louca varrida de nome Tatiana Soskin pegou dois anos de cana, por desenhar um cartoon idiota mostrando Maomé como um porco, escrevendo o Corão.
Para mais detalhes sobre ela, inclusive como tal cartoon, visite este link.
PS: Assim que foi presa, foi levada para um hospital psiquiátrico para exames, onde declarou: “Prefiro estar em um pequeno hospital psiquiátrico aqui do que no grande hospital psiquiátrico que é o Estado de Israel”.
Claro que há excessos, sempre há. Excessos esses que em países organizados geram protestos oficiais, com medidas enérgicas, seja a prisão de Tatiana Soskin em Israel ou a ameaça de deportação de Larry Rother, ao promover reportagem falsa e fantasiosa acusando o Presidente Lula de exagerar no consumo de álcool.
Presidente Lula, injustamente tachado de cachaceiro pelo vil jornalista
A diferença aqui é que os muçulmanos ao mesmo tempo em que querem ser integrados à comunidade internacional, querem que todos se ajoelhem diante de suas crenças. Não é assim que funciona pessoal. Existe um pequeno detalhe chamado tolerância. O que vocês querem? Que todo mundo aceite o Islã como caminho verdade a luz e a vida? Moleza, não? Ainda mais vindo de fundamentalistas chatos que desprezam TODOS os nossos valores ocidentais, como sexo livro, álcool, rock-and-roll e Chuck Norris.
Em um editorial intitulado “O direito de rir dos deuses”, Tavleen Singh, do Indian Express comenta da parcialidade da mídia ocidental em relação ao Islã, que mesmo assim reclama da falta de apoio. Reclamam que os terroristas do IRA não eram tratados como “terroristas cristãos”, mas esquecem que ambos os lados eram cristãos, o que torna a definição irrelevante. Também esquecem que os hindus são terroristas tamil.
Aceitação pelo mundo, com todo mundo acatando sua visão, suas crenças e seus preconceitos, meu caro, não é integração. É conquista e dominação. E se é isso que vocês querem, podem vir, estamos preparados!
Abaixo os cartoons que tanto causaram polêmica e estrago.