O que é o que é pior que 20 bebês mortos jogados fora?

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Não sabe? Eu conto: 21 bebês mortos jogados fora. HA HA, não há nada melhor do que piadas de bebês mortos.

Oooooookey, talvez nem tanto.

A piada vira surrealismo quando os 21 bebês existem. Foi dia 28 de Março, na cidade de Jining, província de Shandong, na FRANÇA, caso alguém ainda não tenha entendido que foi na China. Trabalhadores acharam 21 corpos de bebês na margem do rio Guangfu. Não eram só fetos, o maior tinha 60cm. Alguns com roupas, fraldas, etc.


nem EU colocaria foto de bebês mortos no blog. Fique com um cachorrinho.


Os bebês estavam com etiquetas trazendo seus nomes e o nome das mães, mas nenhuma identificação do hospital. Aparentemente os bebês deveriam ser cremados, ou algo assim, mas algum funcionário preguiçoso achou mais fácil jogar no rio e depois dizer para os pais que os corpos foram tratados com respeito e dignidade.

O curioso é que a notícia não veio pela Anistia Internacional ou pela PETA (que não liga para bebês mortos mas odeia quem cria o cachorrinho acima). A notícia veio pela TV Estatal Chinesa.

A mesma China que vive sob censura não vê problemas em divulgar notícias assim, por mais que sejam prejudiciais a imagem do hospital (estatal). É um paradoxo, talvez gerado pelo gigantismo do país.

Neste link aqui temos um vídeo da matéria que foi ao ar, e é PUNK. Rola um mosaico nos rostos, mas mostram NA BOA os cadáveres dos pimpolhos, é algo chocante para quem está acostumado com a mídia ocidental, devidamente sanitizada desinfectada e onde atentados terroristas raramente têm sangue.

Os jornais que trabalham com mundo cão (como se houvesse outro) são duramente criticados, hoje é raro ver fotos de cadáveres nas manchetes, a violência no máximo é verbal. Bradamos (exceto o Estadão) nossa superioridade aos países comunistas e sua imprensa censurada mas vivemos sob um código de conduta em alguns casos MUITO mais rigoroso.

Se a Globo cobrisse um caso semelhante aqui e OUSASSE mostrar bebês mortos no Jornal Nacional teríamos camponeses com tochas cercando o Projac (camponeses são ruins de geografia) exigindo que a concessão fosse cassada.

REPORTAR um fato ofende muito mais o nosso público do que o fato em si. Quando falamos das denúncias sobre padres pedófilos os católicos se ofendem, exigem que separemos a igreja das matéria, praticamente omitindo a profissão (de fé) dos padres. Agora com essa cagada dos jogadores evangélicos do Santos que se recusaram a visitar um orfanato espírita, mesmo com um deles dando entrevista e dizendo que os motivos da recusa FORAM religiosos, a massa protestante exige que desvinculemos o caso da religião.

Qualquer denúncia de corrupção no Governo (qualquer Governo) imediatamente provoca uma reação de “ovelha negra”, explicando que aquele ali NÃO representa o tal Governo. Pela regra NUNCA há nada de errado no Grupo (qualquer Grupo). Se aparece alguém errado, não é do Grupo.

90% do público revoltado com a atitude dos jogadores mudaria de idéia se alguém usasse o argumento de que “religião não se discute” e a tv estava sendo “sensacionalista”, duas frases essenciais para invalidar qualquer discussão.

Religião se discute SIM, e mostrar fatos NÃO é sensacionalismo. Não gosto do que os Datenas da vida fazem, mas sejamos realistas, eles são os únicos fazendo. O resto das emissoras não quer ofender a sensibilidade dos espectadores, que crescem achando que atentados são coisas que destroem prédios vazios e bebês mortos são entidades abstratas em vivem (metaforicamente falando) em piadas e em notícias de 15 segundos.

Portanto, palmas para a TV Chinesa por sua postura pé na porta de enfiar bebês mortos goela abaixo do espectador (tire essa imagem da mente agora!), e MUITA PENA de gente que se mostra muito mais chocada com a TV que mostra 21 bebês mortos do que com as mortes em si.


Alarme falso, mas você achou que eu iria fazer isso, né?



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