A Garota é Sem-Fio mas não é de Ferro

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Durante mais de 40 dias a Bia Kunze ficou sem conexão de banda larga. Enquanto cuidava dos detalhes da mudança para seu novo ninho, ela uniu o útil ao desagradável, e já que estava sem conexão de verdade, que tal experimentar como é uma vida não só wireless, mas independente dos links convencionais, como ADSL, Cable Modem e mesmo linha discada?

Utilizando basicamente GPRS e de vez em quando acesso WIFI, e o PocketPC mais que o notebook, depois de 40 dias a conclusão foi uma só: Não dá pra viver sem banda larga. Com fio ou sem fio, não faz diferença. O que importa é ter um link rápido disponível, e as promessas do GPRS e da Vex não se concretizaram.

Em teoria o GPRS atinge até o dobro do acesso discado. Na prática, é um discado em dia ruim. As operadoras, para economizar, desabilitam o recurso mais interessante do GPRS, que só vi funcionar na Oi: Nela, ao menos na fase inicial, era possível falar ao telefone e utilizar GPRS ao mesmo tempo.

A latência da conexão GPRS é altíssima, os pacotes não têm tempo de resposta, e sim prazo de entrega. Funciona bem para email, se você filtrar as mensagens eliminando as grandes. Instant messengers só se utilizar uma aplicação como o Agile Messenger. Abrir MSN, Yahoo, Google e ICQ é o bastante para sobrecarregar o coitado do GPRS.

Downloads até funcionam, se o servidor aceitar continuar de onde parou em caso de queda, e se você tiver muito tempo disponível. Uploads são piores. Ela bem que tentou, mas se dependesse do GPRS, o PodSemFio só chegaria junto com o Windows Vista. Da mesma forma, sem banda larga não teria como gravar duas edições semanais do LostCast, sua nova empreitada com o Gui Leite. Pra quem se interessar, é um podcast sobre aquela série rasteira que chamam de BLost.

Na parte de WiFi, Curitiba não é tão desprovida assim de HotSpots, mas em maioria absoluta são monopólio da bosta da Vex. Quem acompanhou meus Diários-Sem-Fio, sabe o quanto penei na mão deles. Bia também não foi muito feliz. Ou a senha não entrava, ou o Access Point não atribuía IP ao notebook, ou ela não conseguia sair da rede interna…

Para quem tem trabalhos a entregar e compromissos com horários, não é um serviço confiável. Aliás, pra quem quer ficar num Fran’s jogando conversa fora também não é.

Mesmo com o GPRS gratuito, fica inviável utilizar os bons recursos que a Rede oferece, como o YouTube ou o BitTorrent. Na hora de baixar uma série interessante, fica complicado, se sua conexão não passa de 1 ou 2 Kbps.

Piorando mais ainda, a ferramenta mais utilizada por ela, o Skype, se transforma em um messenger vagabundo, via GPRS. É possível, eventualmente, até escutar alguém, fiz essa experiência com um amigo e funcionou. Mais ou menos. Já transmitir voz é inviável.

Como sem VOIP não há felicidade, mais motivos para a experiência de viver sem banda larga ter sido mal-sucedida.

Existe um serviço da Vivo, o Vivo Zap, que provê uma conexão de banda razoavelmente confortável, via rede de celular, com uma placa PCMCIA, seria um produto muito interessante se a cobrança não fosse por dados trafegados e custasse uma fortuna.

O próprio GPRS teria sido inviável se ela não usasse um plano empresarial com tráfego ilimitado, pagando mais ou menos R$100,00 / mês só pelo GPRS.

Depois de mais de um mês de abstinência, ela instalou um link DSL, espetou o Access Point WIFI no modem e voltou a ser a Bia de sempre: Sem-Fio, com uma banda de respeito.


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