Cardoso (quase) deu no New York Times

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All-Presidents-men_thumb%5B2%5D Cardoso (quase) deu no New York TimesO hoax das fotos da Gol continua rendendo. Minha teoria de que a maioria dos internautas não passa do primeiro parágrafo e não tem capacidade de raciocínio crítico e questionamento está mais que provada, mas agora a coisa ficou séria.

Dois leitores vieram me avisar que a história foi parar no Snopes, o maior site da Internet sobre lendas urbanas, hoaxes e similares, e que a história havia virado post no blog do Joe Sharkey, o Repórter do New York Times que estava no Legacy da Embraer.

(Como todo bom Blogueiro Arrogante™ obviamente não vou citar que foram o Wendel e o Leandro. Eu detesto dividir o palco)

O Snopes me cita nominalmente, com direito a links para os blogs (Chupa, UOL! Chupa Folha!) e depois de um email meu, inclusive alteraram o link para meu blog em inglês, onde fica mais fácil para os visitantes entender tudo.

O Joe Sharkey comenta que recebe as fotos uma ou duas vezes por dia, inclusive de pilotos, e cita os motivos da criação do hoax, conforme descritos (corretamente) pelo Snopes.

Mesmo assim, Joe Sharkey não é confiável. Lembrem-se, ele escreveu aquele emocionado relato dos momentos que passou dentro do Legacy, ao invés de descrever como foi o acidente do ponto de vista dos passageiros do vôo da Gol, inclusive apelando para estratagemas sujos como estruturar seu relato com dúvidas e incertezas sobre o que haviam atingido, ao invés de utilizar as informações colhidas posteriormente e reescrever a História. Dizer que 5 horas depois de pousarem, ao tomar conhecimento de que haviam colidido com um avião de passageiros ele e os pilotos do Legacy ficaram em choque, perdendo imediatamente toda a alegria que demonstravam por ter sobrevivido a um acidente daqueles não foi suficiente. Todos sabemos que quando algo assim acontece é necessário entrar em choque, luto e desespero de antemão, preventivamente, do contrário estará ofendendo os parentes do avião que você não sabia que colidiu.

Ele também levantou dúvidas sobre a qualidade do Controle de Tráfego Aéreo Brasileiro, baseado em nada mais que 20 anos de experiência como correspondente especializado em viagens e aviação, e depoimentos de pilotos comerciais, mas não produziu nenhum fato para provar essas alegações. Hoje no máximo ele republica notícias sobre a crise no setor, panes, cancelamento de vôos e atrasos de mais de doze horas, mostrando que suas informações sobre a Aviação Brasileira são no máximo de segunda-mão.

(aviso aos leitores freqüentes: Atenção aos comentários, estimo que pelo menos 1/3 dos paraquedistas do Google irá levar os dois parágrafos acima a sério)

Efeitos do Snopes

Eles só mudaram o link no meio da noite, então os dados são parciais, mas o Junglebook, meu blog em inglês, teve na sexta-feira semana passada, 1/12/2006, 128 hits e 45 unique visitors. Na sexta dia 8/12/2006, depois da divulgação, teve 1570 hits e 421 unique visitors. (números do plugin Stattraq, os valores do servidor web variam um pouco).

Vejamos o crescimento do blog no mês corrente:

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Literalmente multiplicado por três. UM LINK, em um site de grande visitação.

Qual a principal vantagem de ser linkado por um site como o Snopes? Chama-se longevidade. Um link em um blog ou um site como o Digg é enterrado rapidamente, funciona por um ou dois dias, no máximo. Já uma referência permanente pode durar anos. traz gente interessada, diferente dos visitantes-bomba. Traz credibilidade. Um site desses não link para qualquer mané.

Não sei se é viável tentar cavar esse tipo de link intencionalmente, pois da mesma forma que as tentativas forçadas de criar virais na Internet, a rejeição é altíssima. Eu mesmo tenho extrema antipatia por vídeos obviamente falsos, como o caso da Itaipava, apontado pelo Mr Manson.

Na dúvida, eu não vou tentar. Vou continuar escrevendo, me divertindo, aproveitando os memes quando possível mas sem arriscar uma reação negativa unânime, ao tentar “ser esperto”.

PS: Parabéns ao Mr Sharkey por ter os cojones que a Folha não teve, ao afirmar que as fotos eram falsas, inclusive ao usar o termo “<i>Fictional</i> passenger” ao se referir ao Paulo G. Muller. CTRL+F na lista de passageiros já resolveria isso mas o Jornal de Uberaba parece reconhecer o recurso. Devem usar OpenOffice ;)

Estudantes de jornalismo, aprendam. É assim que se faz. Bom-senso e inteligência. Como diz o Mr Manson, “aprenda a desconfiar saudavelmente de tudo que lê”. Não é se tornar paranóico, é só… pensar.

 

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