Segundo o Rafael uma pesquisa do Google apontou que o visitante paraquedista tem 14 vezes mais chance de clicar em um banner do que um visitante eventual. Um leitor que utilize RSS tem 0%. Mesmo assim ter um conteúdo de qualidade e uma base de leitores consistente é essencial, mesmo que não te dêem um centavo diretamente.
A questão aqui, como todo discípulo de Jaga sabe, é ter visão além do alcance.
TODOS os seus leitores são fonte de renda, mas os que clicam nos banners são os menos significativos. Esses vão te dar dinheiro mas não vão te dar status.
Não, não estou falando dos tais “benefícios intangíveis” e “ganhos indiretos” que os inimigos dos ProBloggers insistem que usemos para ganhar dinheiro, ao invés de nossos blogs. Falo de posição no Google. Um site com muitos links de sites e blogs respeitáveis tem muito mais chances de emplacar um primeiro lugar do que um blog sem NENHUM conteúdo, sem referências externas e que acabou de ser criado.
E, meu caro, você não vai conseguir links postando fotos da Bruna Surfistinha ou do “maior tolete do mundo”, como já vi em blogs menos respeitáveis que os meus (sim, os há).
Assim, para viver um grande amor, digo, para se dar bem na blogosfera, você tem que dosar. Não adianta. Se você escrever somente para um grupo de leitores, está fadado ao fracasso. Se torna ou blog com relativamente pouquíssimos acessos, por só falar de assuntos desinteressantes para a maioria, ou assume uma postura popular e se torna um kibe, o que em minha opinião é um tipo de fracasso bem pior.
Falar, profissionalmente para um único grupo, na blogosfera brasileira é economicamente inviável. A audiência está pulverizada, e representa um subconjunto de um subconjunto de qualquer categoria. Se são 10.000 pilotos comerciais no Brasil, temos que imaginar que desses 1/3 não tem computador, desses 1/3 não acessa Internet frequentemente, e quando vamos ver nosso público para o blog “AviacaoBrasil200” de 10.000 potenciais cai para 500.
Eu sei, é frustrante, entendo perfeitamente as tendências suicidas da Fabiane, você escreve um texto legal e aparentemente ninguém lê. vem um sujeito, escaneia fotos da playboy ou faz montagens vagabundas e tem um zilhão de acessos.
Fá, todo mundo sente isso na pele. É horrível a sensação de jogar trabalho fora, quando um leitor de títulos começa a te xingar sem nem ler o texto (que geralmente concorda 100% com o xingador). É horrível ver textos que você caprichou terem poucas visitas e morrerem nas entranhas do blog, enquanto besteiras que levaram 5 minutos vivem recebendo visitas do Google.
Só que, convenhamos, deve ser horrível para um fã da Joelma, da banda Calypso ter sua linda cantora comparada com um desastre ambulante de proporções bíblicas, quase tão ruim para a música quando o acidente que matou Buddy Holly entre outros.
O cara que te xinga não é o seu público. Ele é o paraquedista que caiu no lugar errado. Você não pode considerar o cara que sai atrás de fotos de cadáveres e musa-do-big-brother-pelada como público perdido. Esse nunca vai ler o que você escreve.
A parte ruim é que são maioria absoluta. Então, como fazer para sobreviver? Simples, escreva para os dois. Dose seus textos para que o paraquedista caia no meio de uma reunião de seus leitores fiéis. Sabe aquele chato que chega tarde, fica pouco, fala demais mas deixa R$50,00 na mesa pra ajudar na conta do bar? Esse é o visitante via Google.
Escreva os melhores textos que puder, para garantir um contingente de LEITORES, e escreva também sobre temas caros à plebe, pois o pessoal que iscrevi axim, minha miguuuxita, é que vai pagar o leitinho das crianças. Se você for boa mesmo, seus textos “populares” ficarão interessantes para seus leitores habituais, e convenhamos, os paraquedistas não vão ler mesmo, pra quê baixar a qualidade ao nível que eles entendem?