“Cansei de bichas sujas, vou atrás de xana!”

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A frase foi dita por um funcionário da Vodaphone, operadora telefônica inglesa.

ehvoda_thumb “Cansei de bichas sujas, vou atrás de xana!”

Se fosse algo postado num Facebook pessoal da vida, já seria complicado, mas o imbecil soltou a frase nada menos que no TWITTER OFICIAL DA EMPRESA. Com mais de 8000 seguidores, não é se se espantar que na hora um zilhão se manifestasse, questionando se a conta havia sido hackeada. O caso, claro, foi parar na Imprensa.

Rastreio interno mostrou que o culpado foi um funcionário do centro de relacionamento da empresa. O sujeito foi suspenso, mas o estrago estava feito. A Vodafone teve que pedir desculpas individualmente a todo mundo que reclamou, reafirmando que não tem nada contra bichas, sujas ou limpinhas.

O que leva um imbecil a soltar "VodafoneUK is fed up of dirty homo’s and is going after beaver" em uma conta de Twitter oficial, da empresa onde ele trabalha, sabendo que poderá facilmente ser identificado?

Só consigo pensar em imaturidade. É a melhor explicação para vários desses casos. Pode reparar: Todo anúncio para trabalhar em redes sociais pede os seres mais inexperientes e não-qualificados para colocar na ponta, na vitrine, na fachada sendo a CARA da empresa.

HELLO???? Você pode ser o Donald Trump, quem vai falar com o seu consumidor lá no Twitter é o estagiário mais lentinho ou a estagiária mais feinha e/ou sem jogo de cintura. Todo mundo “tem mais o que fazer”. Só que para quem está do lado de lá, isso não conta. Ao mandar um Twitter, um email, um cheiro, está mandando para A EMPRESA DO TRUMP.

Estão percebendo aonde quero chegar? Pois é. Não adianta investir em redes sociais se você trata seu consumidor como estatística de call center, onde o indivíduo não conta, só o número de ligações atendidas/hora. A Vodafone faz um trabalho ótimo, repare como eles interagem com os consumidores pelo Twitter. É pessoal, eles perguntam, respondem, agradecem, se desculpam, brincam, elogiam.

Nas redes sociais só o indivíduo interessa.

Compare com o péssimo trabalho feito pelo Submarino e pela Nokia. Um meio de INTERcomunicação por excelência é usado como uma via de mão-única, quase um spam opt-in.

No Brasil investimento em mídias sociais ainda é pontual e feito com troco de pinga. Quando o mídia da agência não consegue negociar um calhau pra fechar a conta, joga na rubrica “Internet”. Com isso uma parte estratégica da comunicação cai na mão de gente sem experiência, sem verba e SEM RESPONSABILIDADE, dentro e fora da empresa.

As agências sérias (sim, existem) sofrem com isso, pois além de terem que criar campanhas com verbas exíguas (por um lado é excelente, do ponto de vista Darwinista isso filtra profissionais que é uma beleza) essas agências tem que competir com as 3784374 agencietas que surgiram querendo ordenhar o filão “mídias sociais”. Lembram do “logotipo de R$15,00” que praticamente matou o mercado de designers free-lancers sérios? É a mesma coisa.

A diferença é que agora não temos mais a padaria da esquina com uma logo feita de clipart do Corel, temos empresas de ponta colocando a cara na rua em alcance mundial. Isso deveria valer mais que um estagiário.

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