Sisifode aí, blogueiro

Compartilhe este artigo!

mentalidade troll perfeitamente definida

Segundo as lendas gregas (lenda é como se chama a religião dos outros) Sisifo era um Rei, filho do Rei da Tessália (Elios, não o Michel, cacete) e um grande FDP, capaz de irritar gente em uma escala divina.

Como castigo os deuses o condenaram a uma eternidade empurrando uma pedra até o alto de um morro, apenas para no final do dia ver a rocha deslizar de volta.

A condição de blogueiro lembra muito isso, sendo que os trolls são os deuses (na metáfora e na mente deles) e nós empurramos pedra. A essência é que eles nunca, nunca estão satisfeitos. Assim como a Paz no Mundo, a Paz na Internet é extremamente simples para quem não vive a situação, por isso é comum ver gente soltando pérolas como “é só não responder”, “não seja rude”, ou então a famosa e nojenta “Liberdade de Expressão”, usada por gente honesta e sincera que não contemplou a possibilidade de gente entrar e sair xingando apenas pelo prazer de fazê-lo, e acha que o Mundo Online é igual seu bloguinho (no bom sentido) de 5 visitas semanais, freqüentado apenas pela família e amigos íntimos.

Aí entra a segunda posição errada: “toda critica é válida”. Não é.

Quem tem mais exposição (e não precisa muito, 15 visitas semanais e você já está na chuva) sabe que não é assim que a banda toca.

O risco é dar ouvidos a uma minoria barulhenta, é ter seu trabalho direcionado e controlado por eles, deixando de lado seus Leitores De Verdade. Quando um Leitor reclama de algo ele quer o bem do blog, ele quer o conteúdo que conhece e gosta. Ele vai dar sugestões, se as tiver. Não tendo fará um comentário do jeito que puder, mas nunca com aquela clássica frase de troll “este blog já foi melhor”. Essa aliás é uma das frases-chave indicativas de que o comentário e o comentarista devem ser ignorados.

Eu falo isso de experiência. Já passei por todas as fases, cheguei a gastar vários posts brigando com blogs insignificantes que ousavam me xingar (como eu fui burro!), fazia longas autocríticas sobre o conteúdo, tentei de aproximar dos trolls para “trazê-los para meu lado” e mostrar que “acrescentar é melhor que dividir”. Hoje vejo que nada disso adianta. Quem acha que adianta, não se mostrou um alvo interessante ainda ou então é um inocente útil, usado pelos trolls para atingir alvos maiores.

Hoje vi a prova máxima disso tudo: Vejam o comentário deixado no blog, por uma dessas criaturas patéticas:

O trollzinho, portador de nome falso e vindo do IP 201.93.247.87 conseguiu me confundir, e nem digo pela quantidade de erros de digitação que indicam (oxalá) um problema neurológico grave em um futuro próximo. O motivo da confusão é que ao mesmo tempo em que ele reclama da ausência de posts complexos e critica o post que se resumia a uma piada visual, o Trollzinho de Merda™ reclama dos outros textos.

Ou seja: se eu trabalho, ele reclama. Se eu não trabalho, ele reclama.

Dedicar um minuto sequer do tempo lidando com esse tipo de gente é mais do que merecem, não há nenhum interesse em acrescentar nada, eles não querem adicionar, só perturbar. Deve existir alguma explicação psiquiátrica para gente que passa o dia inteiro vigiando quem não gosta. Chega a ser assustador, mais do que frustrante ver que quem não gosta de você reage muito mais rapidamente do que quem gosta.

O potencial humano online para o Mal é enorme, e vem se espalhando como um vírus. O Janio definiu muito bem em seu ótimo post Agressividade na Internet — o que está acontecendo?:

A maioria dos que agridem na Internet, que partem para a falta de consideração são apenas aqueles que na escola apanham dos marmanjos, que na empresa são humilhados pelos colegas e chefes, e que em casa são cornos de suas esposas autoritárias. Com tanto estropício, só mesmo na Internet eles acham uma válvula para extravasar a raiva que acumulam — e que provavelmente vai virar um câncer dentro de alguns anos.

Eu não compartilho da conclusão otimista do Janio, mas concordei com a atitude que ele decidiu tomar:

Só há uma solução para isso, e é uma solução extremamente difícil de aplicar, que venho tentando adotar para minha vida a cada minuto — mas até a tentativa anterior eu sempre falhei — que é a de não revidar.

Não se dá palco para maluco, já diz Millor Fernandes. Por mais que seja divertido dar *BANG* no Twitter, por mais que seja divertido escrever posts como este, no final temos um retardado rindo afinal conseguiu uma reação do alvo dele, e por um ínfimo momento no espaço-tempo o troll teve mais importância do que a nulidade que é, apanhando de chefe, tomando esporro da esposa e levando chifre da mãe. (ou algo assim)

Portanto, os comentários nos blogs ficarão mais limpos, o Twitter parecerá mais calmo, mas não se enganem. Não estou assumindo uma postura paz-e-amor. Isso não existe e não funciona. Ghandi só venceu por ter uma grande máquina de RP e os ingleses estarem envolvidos com uma tal de 2a Guerra. O que teremos aqui é uma dedetização, extermínio ou faxina silenciosa. Eu não posso perder mais tempo com esses idiotas, pois o tempo que estou perdendo é o tempo dos Leitores, que é muito mais valioso do que o meu.


Compartilhe este artigo!