Haters Gonna Hate, mas Life Goes On…

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A única coisa que dá para ser feita com raiva de forma eficiente é testar os limites de calças stretch roxas. Todas as outras atividades são prejudicadas, raiva nubla o discernimento, torna nossa visão limitada e leva a decisões e opiniões erradas.

Mesmo assim a Internet criou e valoriza uma cultura de haters, gente que se orgulha de odiar tudo e todos oito dias por semana. Gente que tem como esporte minimizar toda e qualquer conquista de quem quer que seja.

Não falo de trolls, eles são patéticos e exagerados por natureza, é fácil chutarmos pra escanteio e não levar em conta. Falo de gente aparentemente normal que entende como ofensa a possibilidade de qualquer coisa… dar certo. Essa gente odeia e despreza toda iniciativa, acham mesmo que coletivamente conseguem comprovar o fracasso de um produto apenas desejando em voz alta que ele seja um fracasso.

Vou dar uma dica: Você acha que consegue que algo seja FAIL! apenas desejando? Seu nome é Deus? Se não for, você é um idiota.

Eu disse que a Internet criou essa cultura, mas isso não é exato. Essa gente não surgiu ontem. Toda empresa tem pelo menos um sujeito que se contorce e grita cada vez que uma idéia é apresentada, provando por A+B (ou mais precisamente por 1+1=3) que não dará certo. E esse sujeito nem se preocupa em ser sabotado pelos colegas, pois ele mesmo nunca apresenta idéias.

Essa é a diferença fundamental, o Hater não tem trabalho pra mostrar, por isso mesmo considera ofensa o trabalho alheio. Curioso é que eles não têm senso de escala, se ofendem com realizações de qualquer um, através do Universo. É como se um garoto de 12 anos aprendendo a programar em BASIC se ofendesse com o lançamento do Windows 7.

Exagero? Há milhares de exemplos, desde os críticos de Avatar, demonstrando quanto o filme é ruim, irrelevante desprezível e jamais deveria ter sido feito (US$2,7 bilhõs de faturamento mundial) , passando pelos críticos do iPhone (não venderá!) e do iPad (não serve pra nada!) e do Kinect (ninguém vai comprar!).

Meu exemplo favorito é a única boy band heterossexual da História, Os The Beatles.

Quando a Apple anunciou que faria um anúncio especial que tornaria o dia inesquecível os haters se agitaram. Com uma memória seletiva excelente, o cérebro do hater quando quer é incapaz sequer de guardar dados simples como “P. Sherman, 42 Wallaby Way, Sidney, Austrália”, então todos se fizeram de surpresos com a hipérbole do anúncio.

Os mesmos haters que odiaram quando Steve Jobs disse que o iPad era “mágico”. (spoiler: Não é, está limitado pelas Leis da Física. Fuck Jobs!)
Quando o anúncio anunciado anunciou que o catálogo inteiro dos The Beatles estaria disponível para download digital pela primeira vez na História ouviu-se um “meh” coletivo dos haters.

O fascinante é que eles tecnicamente não podem se decepcionar, pois NADA que a Apple (ou ninguém) faça os satisfará, mas eles jogam a carta da decepção mesmo assim.

As mensagens lotaram os Fóruns, blogs e Twitter. O “consenso” era que seria um fracasso, as argumentações como sempre faziam sentido, de um ponto de vista rasteiro e isolado. A banda é muito velha, os fãs já têm todos os discos, grupos de guitarra estão saindo de moda, ninguém compra música, etc, etc.

Como sempre uma busca pelas redes sociais demonstraria o fenômeno da amplificação da voz dos idiotas, mas na falta de etiquetas de “imbecil” junto aos perfis, não é possível identificar coletivamente os haters. Uma análise da resposta ao anúncio da Apple indicaria como opção natural demitir o idiota que pensou em vender Beatles no iTunes. As projeções indicariam zero compras, o zumbi de John Lennon sairia da cova atrás de Jobs.

Como sempre a turma do “não vai dar certo” foi ignorada pela realidade.

Foram vendidos 450 mil álbuns na 1a semana de Beatles no iTunes, num total de 2 milhões de canções. Números de superstar conseguidos por uma Banda que deixou de existir mais de 40 anos atrás. Claro, ajuda ser a banda com mais discos vendidos na História

Essa cultura do não-vai-dar-certo é prejudicial ao coletivo E ao indivíduo, gera gente que só consegue prazer dizendo que algo não vai dar certo, e se cala diante do sucesso inesperado (por eles). Coletivamente são uma bias nas análises que deve ser levada em conta e individualmente sofrem, afinal como alguém que acha que tudo vai dar errado vai ousar criar alguma coisa?

Não criam, o medo de não dar certo é grande demais. Fechando o ciclo, de onde vem o medo? Do ódio que tanto amam.

Fear is the path to the dark side. Fear leads to anger. Anger leads to hate. Hate leads to suffering.” – Yoda


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