Só podia ser coisa de M’bongo

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blackface“Kuntha Kintê quando não faz merda na entrada, faz na saída”

“Sabe quando o M´bongo sobe na vida? Quando explode o barraco”

“Branco correndo é atleta, Mandela correndo é ladrão”

“P: Por quê não tem vidente na África? R:porque bokassa não tem futuro”

“Qual é o esparadrapo do Adongo? R: fita isolante”

“Por quê o o Bohlale só come chocolate branco no cinema? R: Pra não morder o dedo”

 

Como qualquer cavalgadura pode perceber, uma piada racista não deixa de ser racista ao trocar-se a raça em questão pelo nome. É um caso onde personalizar o objeto não ajuda, na verdade atrapalha. Por mais que o discurso racista genérico seja ruim, é muito pior quando é usando contra um indivíduo específico, ao menos para o tal indivíduo.

O preconceito é uma das maiores formas de agressão usadas pelos humanos medíocres, e não tenho ilusão de que vá acabar tão cedo. Se o Leo Jaime já sofrer ataques horríveis por cometer o pecado imperdoável de ser gordo, imagine alguém de cor diferente. Claro, como não há uma Lei Jô similar à Lei Caó, xinga-se gordo à vontade.

O que me assusta é que a GRANDE forma de integrar quem quer que seja na sociedade, a Educação é tratada com paliativos de curto prazo. É lindo um sistema de cotas que coloca gente despreparada nas faculdades (mais ainda do que o vestibular já faz) mas um investimento PESADO em educação de base para TODO MUNDO ninguém quer fazer, não dá voto e demora muito tempo pra mostrar resultados.

Agora… triste MESMO eu vejo quando ao invés de se preocupar com casos sérios, como racismo no local de trabalho, os parlamentares perdem tempo com BESTEIRAS IMENSAS. Exemplo: o Projeto de Lei 803/11, dos deputados petistas Nelson Pellegrino (BA), Edson Santos (RJ) e Luiz Alberto (BA). Qual a proposta?

“Permite aos afrodescendentes inserir sobrenomes de origem africana, sejam eles familiares ou não, em seus documentos de identidade.”

Isso mesmo.  Sujeito é olhado com suspeita por causa da cor da pele, é parado em todas as blitzes, tem sua capacidade profissional questionada o tempo todo, se é recém-formado terá que provar que é competente pois todo mundo pensará “entrou por cotas”, mas EM COMPENSAÇÃO ele poderá alterar a identidade (e consequentemente tirar de novo TODOS os documentos, DELÍCIA) para enfiar um maldito sobrenome que ele NUNCA TEVE, nunca fez falta e que é basicamente impossível de ser rastreado genealogicamente, de qualquer forma.

Afinal o mais importante é o sobrenome, imagine quanto coisa boa para o mundo Martin Luther King Jr teria feito, se fosse “Jr Zulu”.

 

Fonte: Câmara dos Deputados


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