As mumunhas e putanhagens do esquema das sex tapes
Gamers: Os donos de canil que no fundo amam ser vira-latas
Antigamente eu achava que a culpa era da geração de meus pais e avós, um bando de luditas retrógrados ainda espantados e assustados com a novidade da eletricidade. Tudo que fosse eletrônico (ok, elétrico) era visto com desconfiança.
O “amigo do pai”, a eterna figura esotérica que sempre sabia mais de tudo sobre tudo era categórica: “Videogame estraga televisão”. Ficávamos restritos a ligar nossos Telejogos (velho é velha!) em TVs preto-e-branco, de 2 ou 3 polegadas. Que NUNCA queimavam, claro. Já a colorida da sala, se você passasse com a caixa do Atari a menos de 10m dela e a TV desse problema no vertical 6 meses depois (de novo, velho é a sua avó!) a culpa CLARO era do videogame. Nem assassinatos em massa nos EUA são tão culpados por videogames quanto defeitos de TV.
Isso incutiu um complexo de perseguição nos garotos (a única pessoa da minha rua que tinha Atari era uma menina, mas usei “garotos” pra irritar as feministas) que persiste até hoje. Achamos que videogame é coisa de criança. A IMAGEM de videogame é algo bobinho, a própria mídia contribui, mas sejamos sinceros: A mídia simplifica TUDO!
E não é que a Mulher-Maravilha funciona?
A Mulher-Maravilha é um dos personagens mais complicados da DC. É muito fácil cair no sexismo barato, ou pior ainda, no ridículo. Ela demanda toda uma mitologia para funcionar. Não é simples como um garoto rico com problemas e brinquedos caros, ou um alienígena escoteiro que não ALTERA nada estabelecido no “mundo real”.
Diana foi um presente dos Deuses, e pra começar toda a mitologia grega teria que se tornar verdadeira, algo que o público não aceita muito. A desculpa de deuses-aliens de Thor não funcionaria, sem deuses a MM perde a força, viveria iludida com todo mundo tendo pena de contar pra pobre Maravilhosa que a Grande Hera nada mais era que uma anêmona alienígena em forma humana.
Fora quadrinhos, onde a chamada “suspensão de incredulidade” é bem maior, a Mulher-Maravilha funcionou na TV nos anos 70 (1975-1979, 3 temporadas) e mesmo assim a série não tinha nenhum dos elementos sobrenaturais da personagem. Lynda Carter se tornou “a” Mulher-Maravilha no imaginário masculino coletivo e até hoje qualquer versão é comparada à dela.