Blogs-Propaganda que você lê e gosta
Aqui no Brasil o sujeito abre o jornal, lê “o futuro está nos blogs” e decide: Precisamos de um em nossa empresa. Só que, claro, acaba montando um blog que na verdade é uma mistura de catálogo de vendas e press release.
Outras fazem direito. Contratam jornalistas-responsáveis ( hífens são importante), familiarizam os mesmos com a empresa, disponibilizam vários e vários canais, dando liberdade para que o blog seja não uma vitrine, mas uma janela.
Mesmo assim, por mais interessante que o dia-a-dia da empresa seja, a não ser que faça algo do gênero do Seymore Butts em seu reality show Family Business, não terá hordas e hordas de visitantes. Se você é um profissional liberal, fica mais complicado ainda. Pode até ter um blog pessoal de sucesso, mas falar de seu dia-a-dia é muito, muito complicado, Há toneladas de questões éticas, ainda mais discutindo casos em andamento.
Por isso mesmo os blogs corporativos populares falam de muito mais do que o dia-a-dia da empresa.
Nos blogs intermediários, entre os corporativos e pessoais, temos o Direito e Trabalho, um raro exemplo nacional de um tema árido bem apresentado, partindo sempre do exemplo para a interpretação da situação, nunca seguindo o modelo didático-maçante de citar código atrás de código. Mesmo assim, achar novos temas é complicado.
Conselho Inestimável do Cardoso
Bom mesmo era ter um diário
A idéia do diário é algo que nunca me atraiu. Não vou ficar planejando para o [BP]Alzheimer[/BP], e de qualquer forma há tantos textos mais interessantes do que a história da minha vida, não quero gastar a velhice lendo sobre ela, mesmo que me pareça inédita.
Entendo o conceito de [BP]Memórias[/BP], essas sim são feitas para leitura de terceiros, mas só devemos começá-las quando acharmos que já fizemos tudo de importante que planejamos. Não estou pronto pra isso.
O blog, como originalmente proposto, era uma mistura de [BP]diário[/BP] com caderno de memórias, pois era feito para ser lido por outros. Mais ainda, era para ser lido por estranhos. Isso sempre me deixou meio desconfortável. Para falar a verdade mesmo os mais próximos lendo um diário meu já me deixaria desconfortável.
Mesmo assim há uma estranha atração, expor-se para um estranho pode ser gratificante (não estou falando de gloryhole, sosseguem) e gerar muitas sacadas legais, é uma forma de ver a própria vida sob outros olhos. Expor nossos fracassos pode ser um preço pequeno, quando podemos expor também nossas conquistas. Achamos almas semelhantes, compartilhamos experiências. Pombas, às vezes o pensamento mais irrelevante gera um comentário de alguém que se identificou com ele.