Uns querem mudar o mundo, eu só quero ser Andy Kaufman
Imagine a cena: Um sujeito todo tímido sobe ao palco durante uma apresentação de Improviso. Com sotaque estrangeiro diz que vai fazer imitações, que consistem nele dizendo o nome do entrevistado, e só. “Oi, eu sou fulano”. Com a mesma voz. A platéia vai ficando desconfortável. Não sabe se o cara é ruim ou está se fazendo de ruim. Surgem risadas nervosas, não estão rindo do que ele está fazendo, estão rindo dele. Nesse momento ele pede para fazer uma imitação: Elvis Presley.
A platéia ri de verdade. A falta de talento está estabelecida, a idéia daquele sujeito fazendo uma imitação difícil como Elvis por si só é engraçada.
Ele se produz na hora, coloca uma peruca, pega um violão e faz a mais fodásticamente perfeita imitação de Elvis que se tem notícia. Considerada a melhor, e a única “autorizada”, pelo próprio Elvis Fucking Presley em pessoa.
Todo mundo se acaba em palmas, a platéia vem abaixo. O sujeito se aproxima do microfone, e na mesma voz fina baixa e com sotaque diz “thank you very much“.
Esse era Andy Kaufman.
Branca Branca Branca, Mion Mion Mion
Tentei sem sucesso definir o Lengendários, programa humorístico comandado por Marcos Mion que estreou dia dez na Rede Record. Por fim a resposta veio da Ana Martinez, que comparou a troupe com o Incrível Exército de Brancaleone, grupo de patetas que se dá mal o filme inteiro e NÃO vence no final.
Eles são os anti-anti-heróis, representam a filosofia de que de onde menos se espera é que não sai nada mesmo. Foi essa a impressão que tive, antes de ver o programa. Reconheço que alguns livros podem ser julgados pela capa, e algumas primeiras impressões são sim verdadeiras.