Obrigado, dona Globo, mas eu preferia que me dessem o crédito

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No humor nada se cria, tudo se kiba, mas com um pouco de esforço é possível traçar a origem e dar crédito a quem de direito, mesmo que seja ao Veríssimo.

Infelizmente quem kiba conteúdo não se preocupa com isso, como descobri ao ler esta matéria sobre o Buzz, um site de humor? da Globo.com. É uma coletânea de obviedades que consegue fazer o Tabet parecer engraçado. Dá pena. Fere a regra número 1: Site de Humor não pode ser feito de má-vontade, tem que ser feito por gente que GOSTE de humor.

O resultado, quando isso não acontece, me lembra uma frase clássica de Mark Twain: As partes originais não são boas, e as boas não são originais. E aí que pecam mesmo.

Republicaram um texto CLÁSSICO da Internet, “100 coisas que farei quando me tornar um senhor do mal”. Linkando para um blog qualquer. Lá, claro, nenhuma indicação de origem ou autoria. Fica parecendo que o autor do blog criou o texto todo.

Bem, vamos ver se descobrimos o que aconteceria se o Buzz mandasse o Google buscar por “As 100 coisas que farei quando me tornar um Senhor do Mal“:

senhordomal-thumb Obrigado, dona Globo, mas eu preferia que me dessem o crédito

Isso mesmo. Cai neste post aqui, do Contraditorium. Publicado em 15/02/2006. Explico, no texto, que eu TRADUZI o original, pois ele é bem mais antigo que isso.

Ele é de pelo menos do começo de 2003, quando o publiquei no antigo www.carloscardoso.com,  ainda em PHP Nuke e layout web 1.0. Não confie na minha palavra, confira usando a Wayback Machine do Internet Archive.

Nessa época eu já dei o devido crédito:

As 100 coisas que farei quando me tornar um Senhor do Mal
Original em inglês de miles@rat.org tradução: carlos cardoso

 

Triste é perceber que a mania escrota do brasileiro de remover todo e qualquer crédito de algo online impera. Se você procurar no Google pela linha de créditos acha quatro míseros resultados. Se procurar pelo título do texto acha 534.

Por essas e outras que sou MUITO céptico em relação a qualquer coisa que envolva “sabedoria das multidões” e “trabalhos coletivos”. Você faz o trabalho, solta pra “comunidade”, vem um filho da puta, retira seu nome e passa adiante. Por puro prazer de te tirar a única coisa que você pede em troca do trabalho: Reconhecimento.

Às vezes eu acho que todo mundo que cria conteúdo original tem um belo par de orelhas de burro. Ao menos é assim que me sinto.

[atualização] O crédito devido foi incluído. A casa agradece.

NAOTAFACIL2 Obrigado, dona Globo, mas eu preferia que me dessem o crédito