Sanguessugas, Parasitas, Xeroqueiros e Plagiadores: Manual do Usuário

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A comunidade blogueira discute atualmente a baixa audiência dos blogs, a dificuldade dos leitores em se manifestar e se identificar com os autores, etc, etc. Só que pior do que um leitor tímido que não tem nada a escrever, é um plagiador. O que era uma atitude mau-caratista isolada está se tornando uma praga, com graves consequências. Nada desestimula mais um autor do que ver outro assumindo a autoria de seu trabalho.

Vamos ver como podemos começar a pensar em nos defender? Copiei umas dicas interessantes de um blog gringo, mas ele nunca vai saber, hehe eu sou 1337, Cardoso R0><!!!

O primeiro caso de condenação por plágio na Internet foi em um processo movido pelo Mandic contra a Intervale, depois que essa copiou descaradamente o layout e funcionalidades do site do primeiro. Infelizmente o processo foi a exceção, a regra é ficar tudo por isso mesmo. Quanto mais popular o site, mais chances de ser chupado. O Meio Bit sofre com isso, um sujeito de Portugal volta e meia copia as matérias, adapta os textos e posta como se fossem dele.

O Glacial foi vítima de plágio, também de Portugal. Um belo post sobre o Nokia 6600 foi chupado sem dó. O Tutorial sobre Bit Torrent, que publiquei em meu blog, também foi vítima. Achei várias chamadas de um fórum português, com o sujeito inclusive copiando as imagens. O verme copiou o texto todo, assinou e pronto. E ganhou vários elogios. Ia modificar as regras de acesso para que as imagens fossem substituídas pelo goatse.cx, mas ele se deu ao trabalho de copiá-las para outro servidor. Era plagiador profissional, sabia que corria risco de ser surpreendido.

Notem que não estou exigindo somente conteúdo original. Os sites mais agitados da Internet, como o Slashdot ou o Digg não geram conteúdo original, são basicamente diretórios de links. (comentários não contam como conteúdo). Um excelente e despretensioso blog é o Como Faço, que se propõe a listar tutoriais e dicas, com um resumo e link para o post original. Não há do que se reclamar, que continuem com o bom trabalho.

Também não é um manifesto contra o reblog. Algumas notas curtas, vídeos ou imagens não precisam ou não comportam comentários, o que podemos fazer é divulgá-los, mais nada. O Engadget vive disso, não é motivo de vergonha. Eu vivo lá.

O problema são os parasitas. Não contentes em publicar somente conteúdo chupado dos outros, removem os créditos e assumem como SEUS os textos. É fácil dizer que “toda propriedade intelectual é um crime”, quando você não produz nenhuma. Já tive gente que veio me dizer, como elogio, que um amigo pegou um livro de minha autoria e xerocou.

Outro dia um desqualificado copiou artigos inteiros do meu blog, roubando até o HTML. Quando vi, estava inclusive apontando para as imagens hospedadas no MEU servidor, que EU pago. Escrevi um comentário, ele apagou. Pedi para uma galera ir lá e comentar, ele bloqueou. Escrevi para o Blogger.com, eles exigiram carta registrada pros EUA para acatar a denúncia. Então fiz o que tinha que ser feito, troquei as imagens no MEU servidor por fotos de sacanagem bem cabeludas, de profundo mau gosto. O sujeito ficou tão irritado que foi parar no Meio Bit, atacando um post do Leo Faoro sobre o assunto. E ainda ME acusa de só ter conteúdo plagiado aqui. Céus, como me assusta…

Para uma versão detalhada do plágio, com links para os sites envolvidos, visite esta página.

Como Agir em Caso de Plágio:

As dicas abaixo foram adaptadas deste excelente blog:

Não é um caso de se, é um caso de quando. Se seu conteúdo é bom, será roubado. Acostume-se com a idéia.

O Blog é seu. O Copyright é seu, mesmo sem nenhum registro formal.

Licenças como Creative Commons não valem absolutamente nada no Brasil, do ponto de vista legal.

Os procedimentos, sem envolver ação Legal são:

  1. Identificar o plagiador.
  2. Contactá-lo. Seja por email, messenger, comentário no Blog. Peça para que ele identifique sua autoria, e remova o texto completo, fazendo link para seu site.
  3. Caso ele não faça isso, entre em contato com o provedor de hospedagem / Blog. Escreva uma mensagem educada, denunciando o caso de plágio, use termos como DMCA, constuma assustar. O provedor irá solicitar mais informações, geralmente por escrito. Faça isso, se achar que vale o esforço
  4. Contacte os anunciantes – Veja quem provê anúncios, escreva explicando que estão sendo cúmplices de plágio, e não é bom ganharem dinheiro com o SEU conteúdo. No mínimo os anúncios serão suprimidos para posterior avaliação
  5. Solicite um banimento dos sites de busca – mesma coisa. Faça a denúncia, substanciado em bastante evidências (links com datas dos próprios sites de busca, por exemplo).
  6. Contacte quem linka para o site, explique a situação e peça para removerem os links. Você verá que a maioria das pessoas é bem razoável, e não nutre sentimentos por plagiadores. Para descobrir quem link para seu site, no Google digite: link:http://www.carloscardoso.com (trocando, claro, a url pela url de seu site)

O que não fazer:

  1. Não xingue ou perca a linha, mesmo quando o plagiador atacar você.
  2. Não responda a comentários dele em seu blog. Apenas apague/modere.
  3. Não poste comentários no blog copiado.
  4. Não coloque links no seu site para o blog copiado, não vá dar tráfego grátis para o verme.

Achando quem usa seu conteúdo

É muito simples, não requer prática muito menos experiência. Selecione uma frase do seu texto, de preferência razoavelmente grande. Vamos lá, como exemplo peguei o post “Paparazzo com Blogueiras”, brincadeira de 1o de Abril que pegou bastante gente. Escolhi uma frase, aleatoriamente.

“para aumentar a quantidade de visitas, uma campanha viral que irá publicar ensaios”

Coloque no Google, com as aspas. Cinco resultados. Alguns meus, mas um outro desconhecido. O Valei. Entrei lá, o post está na íntegra, os o cidadão não só colocou um link para o post original, como identificou a fonte. Chegou ao requinte de hospedar a imagem, não fazendo hotlink. Dá pra chamar de plágio? Claro que Não.

Um serviço com opção paga e gratuita, é o Copyscape, pesquisam seu site e comparam com outros arquivos, à procura de similaridades. Vale uma pesquisada.

Batize suas imagens com nomes esquisitos, as chances são de que o sujeito não vai se dar ao trabalho de renomeá-las, mesmo que as copie.

Por último, use marcas d’água. Sei que é feio, uma URL no meio da imagem, mas é o jeito. Claro, só faça isso se a imagem for produzida por você, como no caso do sujeito que roubou minha necrópsia do Memory Stick.

Lembre-se, você produz conteúdo original, ele não. Pense o quanto isso deve frustrá-lo por dentro. Não é bom ir dormir sabendo que você irritou profundamente alguém apenas por existir?


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