Manifesto Blogofágico

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Este é o Manifesto Blogofágico. A Blogofagia é a condição onde um blogueiro tem a si mesmo como seu assunto favorito, conseguindo ser mais irritante que os diários adolescentes, que ao menos falam da Pri, da Di e das outras amiguinhas.

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Acompanhar um blogueiro megalomaníaco, depressivo, iludido, egoísta e superficial pode ser divertido. Há vários blogs de gente que eu não gostaria de ter como vizinho que acompanho constantemente. (dica: não deixo comentários) e muitos fazem sucesso explorando suas próprias limitações e defeitos. Os leitores gostam e aprovam.

Já o blog que só fala de si mesmo e das incríveis realizações do autor, naquele blog, é um porre. Ninguém atura um autor que considera a si mesmo seu assunto favorito.

Os últimos posts do Contraditorium foram bem no fio da navalha, uma leitura mais desatenta (não que exista isso na Internet) poderia muito bem passar a impressão que virei um Blogueuro. Só que valiam o risco. As idéias nesses posts eram muito boas. O comentário do Luiz Paiva no post sobre blogs em outras línguas foi uma ratificação do que eu havia dito, e o post em si quase um follow-up do artigo sobre o Hoax da Gol ter aparecido no Snopes e meu blog em inglês ter sido referenciado.

Este, por sua vez, só foi escrito quando percebi que era a oportunidade de mostrar os efeitos de uma divulgação inesperada em um site pequeno. E também para mostrar que não estou perdendo a mão, continuo tocando sites pequenos, e aprendendo com eles. Não quero transformar o Contraditorium em um UOL for Dummies (soa redundante, não?) e sim como um site útil tanto para o blogueiro eventual quanto para o candidato a problogger fodão cheio de idéias e que sofrerá um terrível acidente nas próximas semanas assim que eu acertar o preço com o Tião Caveira.

weasel_thumb%5B3%5D1 Manifesto Blogofágico Um blogueiro pode ser o próprio assunto, mas não para preencher a falta de assunto. Trate a si mesmo como baixa prioridade, ninguém quer saber o quê você comeu ontem. (quem é outra história, mas tem que ter fotos no Flickr pra provar). Um post “eu sou o máximo” é ridículo. Um post “eu sou o máximo e você também pode ser” é autoajuda, e autoajuda de graça é besteira. Cobre, tem quem compre.

Já um post “eu sou o máximo, veja como aconteceu, em detalhes” é muito mais aceito. Não empurre a megalomania goela abaixo de seus leitores na seca. Dê algo para lubrificar, de preferência um tutorial bom o bastante para perceberem que você não tem nada de máximo, só trabalha, aproveita oportunidades e tem sorte.

PS: Se você considerou seriamente um post com título “eu sou o máximo”, está levando blog a sério demais. Desligue o computador e parta para uma desintoxicação.

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