Sejamos realistas. Os podcasteiros são mais chiques, mais elegantes, mais arrojados e mais paparicados pela mídia do que os [BP]blogueiros[/BP]. Ter um blog exige muito menos neurônio do que ter um [BP]podcast[/BP] (eu mesmo tenho vários).
Não existe podcasteiro amador, dá trabalho gravar, editar, caçar [BP]vinhetas[/BP], arrumar um canto quieto, errar, gravar de novo, converter para [BP]MP3[/BP] (bah) ou para iPods (oh yeah). [BP]Blog[/BP]? Em 30 segundos você cria um no blogspot, em mais 12 copia meia-dúzia de posts e sai tirando onda com a família de que “agora é blogueiro, com milhões de leitores em potencial”.
Essa dificuldade é uma seleção natural, e garante uma qualidade média bem maior para os podcasts.
Nossa única vingança, enquanto blogueiros, é que eles não ganham um centavo com seus blablablás ;) No máximo os tais benefícios indiretos, que não ajudam quando o Ronaldinho traz a conta do [BP]chopp[/BP].
Agora, nem isso teremos. Em um post do blog BloggingPro, descobri que as projeções indicam um faturamento de US$400 milhões em [BP]publicidade[/BP], para os podcasts, por volta de 2011. E prevejo que não sofrerão nenhum dos ataques feitos aos ProBloggers. Muito pelo contrário.
As projeções para o mercado de mídia interativa, ou seja, todo mundo, são de US$20 bilhões, mas 400 contos ainda são um valor significativo.
O autor da pesquisa, James Belcher, imagina que por volta de 2008 o Google terá resolvido o problema de como inserir anúncios do AdSense em podcasts, com a mesma facilidade que é feito nos blogs.
Aí, meu caro, FERROU.
Podcasts estarão mais popularizados, poderão ser assinados facilmente de [BP]telefones celulares[/BP], [BP]iPods[/BP] [BP]WIFI[/BP], [BP]relógios[/BP] e [BP]camisinhas musicais[/BP]. (nota mental: Não assinar o Broxa Music, no caso citado). Principalmente, os podcasteiros não serão mal-vistos como os probloggers. TODO podcast poderá, naturalmente, trabalhar com publicidade.
O público entende o podcast como algo complexo e trabalhoso, seja para criar, seja para baixar. Isso já dá uma justificativa de custo. Mais ainda: O formato é familiar. É [BP]rádio[/BP], pombas! Não inventaram absolutamente nada, estão passando programas de [BP]rádio AM[/BP], ouvidos em páginas web.
E rádio tem propaganda. Faz parte da ordem natural das coisas. Um locutor que chama o Repórter Esso, Testemunha Ocular da História não é acusado de mercenário. Se a Bia Kunze fizer a chamada para o Mico da Semana com o texto “E agora, com patrocínio da Claro, o Miiiiico da semana!” dificilmente será perseguida por camponeses com tochas e queimada, como Joana D´Arc.
A mídia também está muito mais acostumada ao formato. Eu, se tivesse um podcast hoje, venderia o [BP]peixe[/BP] para as agências, como sendo um “programa de rádio na Internet, com uma segmentação e controle de ouvintes muito maior que a mídia tradicional”.
Acredito que a curva de monetização dos Podcasts vai surpreender (os que não lêem o Contraditorium, claro) inclusive no Brasil. Quando a mídia perceber que é um tipo de veículo familiar, sujeito às mesmas regras do bom e velho rádio, será uma nova corrida do ouro, com contratos lucrativos a preços atraentes, atingindo um público qualificado e sedento de boas oportunidades.
Vocês eu não sei, mas vou querer um pedaço desse bolo.