Eu amo o Flickr. É um excelente serviço de fotos, funciona tanto para quem quer uma comunidade vibrante (como diz o clichê) dos mais variados interesses, como para quem quer compartilhar fotos com os amigos. Há centenas de serviços agregados criados por terceiros, ele é limpo, funcional e rápido.
- Os comentários antigos são apagados
- Não pode comentar nos sets, comentários apagados idem
- É removido de seus contatos
- Você é removido dos contatos do sujeito
- Ele não pode te adicionar novamente
- Não pode adicionar suas fotos como favoritas
- As já adicionadas são removidas
- Não pode blogar suas fotos
- Não pode adicionar tags ou notas
- Não pode te mandar FlickrMail
Mas, depois de pensar um pouco, vi que eu só bani DOIS em todo o meu tempo de Flickr. Um ontem, um novato que ACABOU de entrar no Flickr, achou um post onde eu emitia uma opinião -pecado mortal se vai contra a opinião alheia- e saiu me xingando. O outro foi um verme desprezível do Interior de SP, mas isso é outra história, pras Páginas Afro-Brasileiras de minha autobiografia.
Portanto, a auto-regulamentação não deve ser justificativa para comportamento tão civilizado.
Vendo este post do Cybernet Tech News, que lista as cinco máquinas fotográficas mais populares no Flickr, percebi que a mais barata custa US$599,00. O resto é tudo bem mais caro. Não deveriam ser, proporcionalmente, máquinas baratas em primeiro lugar?
O Flickr, mesmo gratuito, tem muito mais recursos que o Fotolog. Deveria ter sido invadido, inclusive pelos gafanhotos brasileiros. Onde ixtaum os manows?
Pesquisando em blogs miguxos, vi que eles ABOMINAM o Flickr. As funcionalidades são “erradas” as cores são “erradas” o estilo minimalista é “errado”. Os comentários são “errados”.
O Flickr, em resumo, conseguiu se tornar um site livre de miguxos, livre da corja que invadiu o Orkut, sem nenhum esforço específico. Ou, na verdade, esforçando-se para atingir um público totalmente diferenciado deste.
O Flickr é complicado demais para as salsinhas usarem. É limpo, funcional demais. Ele não tem muitos visitantes de baixo nível por ser um local que não agrada a esse tipo de visitante. Parece óbvio, mas por que diabos nunca percebi isso antes?
É possível fazer isso em um site, em um blog?
Sim. No MeioBit nos livramos de 90% dos trolls através de um sistema de cadastro de usuários. O troll em geral é preguiçoso. Ele quer gritar mas não quer ter trabalho. Cadastrar-se já elimina a maioria deles. Agora voltamos com os ícones de identificação, ao lado do nome do usuário, em todos os posts e comentários, trazemos um ícone vermelho, de staff, um azul de usuário VIP (dado aos que se destacam e colaboram, com posts ou comentários, como o Kadu e o Cobalto) e inaguramos o ícone de Troll. Se você encontrar um usuário do MeioBit com este ícone ao lado do nome, não perca seu tempo, pule o comentário.
Portanto a melhor forma é manter os textos com um nível alto, não abrir mão das referências, inclusive nas piadas. Quanto menos estimular a favelização do blog, com piadinhas rasteiras mais apropriadas ao kibe, quanto menos hype pelo hype (hype por dinheiro ou hype por uma boa idéia, tudo bem) menos chance de ter um fotolog e mais chances de ter um Flickr.
Claro, sempre existirão os paraquedistas, mas o importante é que eles cliquem, não que comentem e muito menos que se sintam em casa. Mesmo nos blogs especializados.
Nota: Visitante Ocasional não é paraquedista. Paraquedista é pejorativo, visitante ocasional é um sujeito que efetivamente contribúi para o blog, com um comentário decente, uma opinião bem-fundamentada.
O que mais me deixa feliz é perceber que é possível ter um site de alta visitação, economicamente viável com uma freqüência de altíssimo nível. Percebo que Contraditorium já é assim. Um dos meus medos de deixar o blog crescer muito era justamente essa possibilidade de favelização, que percebo agora, pode ser evitada.
Então, mãos à obra.
PS: Aguardem meu Projeto Cingapura, saindo da gaveta nas próximas semanas. Também há dinheiro na favela, e eu quero!