Vamos aceitar; nós nascemos para Barrichello. Nosso destino é levar 10 anos para ganhar uma corrida, depois manter essa média quase religiosamente. Não somos Ayrton Senna, só muito de vez em quando, e nunca como regra.
Neste texto aqui o Felipe fala sobre o ufanismo Polyanna da Globo que insiste em comemorar medalha de bronze, e
empurrar à força uma idéia patriótica de que o vigésimo oitavo lugar em uma disputa com 30 atletas já é uma grande conquista.
e tratou como grande conquista a ginástica feminina brasileira ficar em 28º lugar. De uma competição com 30 equipes.
Por si só já é patético, mas piora. E muito. Vejamos por exemplo este cara aqui embaixo:
É o Michael Phelbs Phelps. Nadador americano. Ele já ganhou CINCO MEDALHAS DE OURO nas Olimpíadas de Pequim (sou tradicionalista). Em Atenas 2004 ele ganhou 6 de Ouro e 2 de Bronze.
Se ele fosse um país só suas 5 medalhas de Ouro o colocariam em 5 Lugar no quadro de medalhas. UM SUJEITO SOZINHO em 5o Lugar. Sabem quantas medalhas o Brasil tem até a data de hoje? Quatro. De bronze. Nós estamos em 39º lugar.
39º!!!
Nós ficamos atrás da Armênia, Vietnã, Mongólia, Índia, Zimbabwe. Pelamordedeus, nós ficamos atrás de um buraco na África cuja principal atividade econômica é tirar leite de formiga. Nós ficamos atrás do Zimbabwe.
Na história das Olimpíadas o Brasil está em 38º lugar, com 17 medalhas de Ouro. Em DUAS OLIMPÍADAS o Phelps tem 11. SOZINHO.
Nós mandamos 277 atletas para ganharem 4 medalhas de bronze? Isso é um trem da alegria. É TURISMO. Nós não temos atletas de nível olímpico, aceitemos isso. Estamos jogando dinheiro fora mandando esse pessoal para lá.
“bla bla bla falta incentivo bla bla bla investimento bla bla bla formar talentos bla bla bla”
EU CONCORDO. Podemos SIM formar talentos, incentivar e investir em uma geração de atletas de nível mundial. Mas para isso temos que parar com essa política do coitadinho, de “dar uma força”.
“Não, meu filho, não vai pra Olimpíada não. Vamos gastar essa grana aqui, você vai treinar muito, participar de torneios locais, e treinar seu sucessor. Só vamos pras Olimpíadas quando tivermos condição de competir de igual pra igual”.
Não dá pra arrumar uma bolsa de R$600,00 fazer a guria pular um cavalo rasgado e dizer “pronto, talento olímpico”. Isso é trabalho de VINTE ANOS, temos que formar primeiro os técnicos, mas o Brasil é o único país do mundo que não traz gente de fora, já nascemos sabendo, pra quê contratar um daqueles ucranianos tiranos que transformam a Preta Gil em Nadia Comăneci?
Moratória Olímpica já. Por tempo indeterminado.
É chato? É, mas é assim que funciona. Você não manda um monte de atletas de 3a 39a categoria e fica esperando alguém dar sorte.
O Brasil insiste em um atletismo Rocky Balboa. O resto do mundo investe em seus atletas no estilo Ivan Drago. Adivinhem quem ganha na vida real:
Eu cansei de passar vergonha. Se me perguntarem não sou brasileiro, em 38º. Melhor ser colombiano, em 34º. Ou até mesmo da Geórgia, que com uma guerra nas fuças, tendo seu país em vias de ser estuprado pela Rússia, seus atletas não sofrem convulsões a la Ronaldinho, preferem competir e trazer DUAS medalhas de Ouro, deixando o país em 12º lugar no Quadro de Medalhas.
Agradecimentos ao Cobra pelas estatísticas olímpicas.