Em seu livro The Road Ahead Bill Gates defende a sociedade da informação, usando argumentos semelhantes ao de Nicholas Negroponte, que também afirmava a supremacia dos bits sobre os átomos, em um futuro próximo.
Qualquer um que tivesse lido os livros e textos dos dois teria certeza de que o Futuro sera feito de bits, que os átomos cairiam no esquecimento. navios carregadores de containers apodreceriam ou virariam favelas flutuantes como em Waterworld, objetos físicos seriam commodities.
Pois bem; Jeff Beezos não leu os livros, e criou a Amazon. Hoje é mais barato comprar plugs de áudio e microfones de PC da CHINA (via Deal Extreme) do que em uma loja no Centro da Cidade (qualquer cidade).
Mais ainda: Eu nunca recebi tanta correspondência, tantas encomendas quanto hoje em dia. O Brasil nunca teve a experiência de compra por catálogo, comum nos EUA desde o século XIX, então está sendo agora que nossos correios estão realmente trabalhando. Sites como o Mercado Livre enchem as agências com caixas e mais caixas.
E quer saber? A Renata está absolutamente certa. É delicioso receber encomendas.
A gente recebe email de divulgação todo dia, alguns reclamam, muitos apagamos, mas eu nunca, nunca vi alguém reclamando de ter recebido uma encomenda com material de divulgação de alguma agência. E não falo das geladeirinhas, falo das encomendas pequenas, às vezes um cartão-postal.
Algo físico é muito mais valorizado do que um virtual, etéreo email (exceto se vier de eu@vendramini.com).
Troco 10 emails por uma caixa chegando na minha porta, independente do conteúdo. E ainda há a vantagem de funcionar como antidepressivo mesmo quando você mesmo é o remetente.
Se eu mandar um email para mim mesmo, vão mandar aumentar a dose do Prozac, mas se eu comprar algo no Submarino, ficar ansioso e feliz quando chegar, todo mundo vai entender.
Por isso que não recomendo levar a sério futureiros que pregam a inexorável morte e extinção de algo em benefício de outro algo, principalmente quando envolve Internet.