Estou eu tranquilo batendo papo no Twitter quando o Guga Alves avisa que eu estou à venda. Bem, os freetards no MeioBit adoram dizer que eu estou sendo pago pela Microsoft, pela Apple e até pelo Firefox (é, já aconteceu). Quando eu digo que gosto de um produto, eu SEMPRE estou sendo pago, pois blogueiro não pode ter opinião própria, segundo alguns.
Então, eu sou um vendido. Melhor assumir e deixar os chatos felizes.
Só que de vendido virei produto da Polishop, praticamente. De versão masculina da Bruna Surfistinha, passei a mercadoria anunciada nas Casas Bahia. Vejam o que o Guga achou, googlando por meu nome:
E agora, José? Não só eu sou vendido como em prestação. Carnê-Cardoso.
Em tempos de discussão envolvendo privacidade, direitos de imagem, uso indevido do nome e Fakes do Marcelo Tas no Twitter, como fica uma situação onde seu próprio nome é usado para fins comerciais de terceiros sem render grana pra mim?
Não é caso de megalomania, o Cardoso em questão sou eu. Vejam os resultados do Google:
Eu poderia dizer inclusive que a publicidade é prejudicial, pois ao usar meu nome como resultado da busca, desvia leitores que iriam cair em MEU blog e clicar nos MEUS anúncios.
Por outro lado, eu poderia me sentir lisonjeado, pois me tornei uma palavra-chave relevante, como “notebook”, “emprego” e “mesotelioma”.
Agora imagine se eu fosse um mega-problogger mundialmente famoso incompetente, e não aparecesse como o primeiro resultado para meu próprio nome. Como ficariam as questões legais? Quem paga tem direito a usar meu nome? E quem é mais competente gerando conteúdo indexável relevante?
Vivemos tempos interessantes, que exigem uma mudança de mentalidade. Marcas não podem mais agir com ferro e fogo a cada citação. Atitudes bestas como a que fez o Amarula com Sucrilhos mudar de nome, ou a ridícula ameaça judicial em 25 páginas exigindo que o Irmão do Décio removesse o PUTA trabalho de modelagem 3D e design de carros da Volkswagen que só enaltecia a marca.
Empresas precisam entender que os consumidores SEMPRE falaram delas. Com a Nova Mídia, que somos todos nós, as conversas só fluem melhor, mas sempre existiram. Tratar tudo como violação de Copyright e ameaça à integridade física e espiritual da Companhia. E isso vale para pessoas também. Não é só o Tas que dá piti. O Victor Fasano já reclamou do fake, a Kanye West (um peixe gay) conseguiu remover fakes do Twitter e até o Steve Tyler deu ataque de pelanca, chegando a processar blogueiros anônimos. Claro, nenhum apareceu no tribunal.
Tá na chuva? É pra se molhar. Celebridades não podem ter fama E privacidade total ao mesmo tempo, e se você está na Internet, parabéns, estás no palco, não na platéia.
Quanto a mim, vou adaptar o antigo comercial da Folha de S. Paulo e usar o slogan “Cardoso: O blogueiro que mais se vende e ninguém compra”.