A pergunta desta semana do Palco HSBC é “Você aceitaria ser padrinho em um casamento gay?”. Quem quiser participar por favor vá na caixinha ao lado e responda.
Ser padrinho em um casamento implica uma relação pessoal de amizade e respeito, eu não consigo imaginar alguém que tenha contato suficiente com um casal gay para ser chamado como padrinho, e rejeitE por causa da condição… gay do casal.
Se for alguém apenas tolerante, aí sim.
Eu odeio esse termo “tolerância”. Tolerar é suportar algo que nos desagrada. Ser tolerante é ser contra mas não tomar atitude. Eu não acho que isso seja o que os gays ou qualquer outra minoria deseje. Saber que o vizinho me odeia mas não faz nada por ser “tolerante” não é um grande consolo.
O que deve ser ensinado vai muito além da tolerância. A tolerância leva ao politicamente correto, onde os preconceitos se mantém, apenas são internalizados.
Um bom exemplo é o cenário americano. Vários Estados aprovaram união civil entre gays, a televisão nunca esteve tão colorida, rapazes alegres decoram casas, dão make-overs em brucutus mal-vestidos, estrelam seriados de televisão e ganharam até uma franquia de filmes de vampiros só para eles.
Em teoria estamos vivendo tempos de aceitação e integração, certo?
Errado, em tudo que é lugar onde são feitos plebiscitos, o casamento gay está sendo rejeitado. Não por políticos, pela população mesmo. E não adianta dizer que é lobby da ala conservadora. A Ala Alegre também faz lobby. São campanhas abertas de grupos defendendo seus interesses.
A culpa é dos próprios ativistas gays politicamente corretos. Pronto, falei. A culpa é de quem bradou por tolerância, achando que era uma excelente bandeira.
Tolerância não leva a nada além de preconceito disfarçado, guardado. Tolerância é coisa de gente que “engole” uma Parada Gay, justifica com um “é bom pra economia” mas tem uma síncope se ver dois carinhas de mãos dadas em uma festa.
Temos que por um fim ao discurso da tolerância. Temos que fazer com que o preconceito seja exposto E discutido. Tolerância não gera respeito. Gera limites artificiais, fora dos quais não se pode agir.
Precisamos, sim, do discurso da integração. Do contrário em nome da tolerância logo teremos Bairros Gays nas cidades. Ou, em bom polonês, guetos.
Integrar entretanto não é pasteurizar. Não é unificar nem muito menos acabar com as diferenças. Homens e Mulheres são fundamentalmente diferentes. Nada mais chato que uma Feminazi exigindo tratamento igual, quando somos biologica e psicologicamente diferentes.
Integrar é dar aos gays o mesmo tratamento que as mulheres ainda não tem; é aceitar que nascer diferente (ou passar debaixo do arco-íris usando calça-comprida, que é como surgem as lésbicas) não torna ninguém melhor ou pior, que caráter independe de opção sexual.
Casamento de George Takei. 100% dos trekkers
do planeta adorariam ser convidados, eu incluso.
Eu, enquanto hetero, não quero ser “tolerado” quando estiver em um ambiente gay. Muito menos quero que olhem para mim achando que estão sendo “tolerados”. Quero um ambiente onde bandeiras, coloridas ou não sejam desnecessárias. Principalmente, quero um ambiente onde eu possa dizer “não” a uma oferta de ser padrinho em um casamento gay, única e exclusivamente por considerar a “padrinhagem”em si uma roubada sem-tamanho e querer distância, mesmo que fosse o casamento da Megan Fox com a Scarlett Johanson.