A Make-a-Wish Foundation é uma organização não-religiosa não-governamental que surgiu meio por caso em 1980, realizando o sonho de um garoto com leucemia que queria ser um policial. Sim, eles não querem salvar o mundo, não querem converter você, não querem sua alma. Querem realizar sonhos de crianças com doenças graves, em sua maioria em estado terminal.
Como Erik Martin, de Seattle. Ele tem 13 anos e sonhava ser um super-herói, mas ao contrário do que os quadrinhos ensinam, as chances da radiação lhe darem super-poderes são tão pequenas quanto as de curar seu câncer no fígado em estágio avançado.
Isso não impediu a Make-a-Wish Foundation de seguir adiante com o plano.
Um belo dia a mãe do garoto recebeu um telefonema, era o Homem-Aranha. Ele explicou para Erik que um supervilão, Dr Dark havia feito prisioneiro o time inteiro de futebol dos Seattle Sounders, e que precisavam da ajuda de Elektron Boy.
Erik foi presenteado com um uniforme, um parceiro chamando Lightning Lad e uma missão. Saindo esperando Erik estava nada menos que um DeLorean e uma escolta de 25 motos da polícia. Chegaram a fechar uma rodovia para a passagem da… Missão de Resgate.
No estádio Erik usou A Força para abrir a porta do vestiário. Os jogadores ficaram super-gratos, cercaram o guri de atenção, deram presentes, autógrafos e tudo mais. Até que o telão do estágio foi tomado pelo Dr Dark. Ameaçou cortar a energia da cidade toda, mostrando um funcionário-chave da empresa de energia preso em um daqueles guindastes com um cesto na ponta.
Um serviço para Elektron Boy, que partiu com a comitiva. Na empresa 250 funcionários esperavam e saudaram a chegada do herói, que operou o guindaste e libertou o técnico.
Seguiram para a Space Needle, aquele monumento conhecido de Seattle. Lá ele libertou pessoas presas no elevador panorâmico pelo maligno Dr Dark, atacou o vilão com um sabre de luz, entregando-o para a polícia na frente de uma multidão agradecida.
O dia terminou com uma vereadora entregando a Erik a Chave da Cidade e proclamando o Dia do Elektron Boy.
Erik disse apenas “foi o dia mais feliz da minha vida”.
Então vejamos: Centenas de pessoas se mobilizam para realizar o sonho de um garoto. Interrompem trânsito, convocam um time de futebol da 1a Divisão, que colabora em peso, enquanto aqui aqueles FDPs do Santos se recusam a SAIR DO ÔNIBUS que os levou até a PORTA de um orfanato, por ser uma “casa espírita”?
No final das contas, com câncer no fígado e tudo Erik Martin ainda é um garoto de sorte, por não ter nascido no Brasil.
[atualização] Sexta-Feira, 16 de Setembro de 2011 em casa, cercado de seus familiares Erik faleceu, mas como todo verdadeiro herói, sua memória continua.
Fonte: Seattle Times