WIFI digrátis em bares, por Força da Lei? Meu umbigo adora, meu bolso é contra.

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Essa semana a geekaiada toda estava comemorando esta notícia, de que os bares e restaurantes em Kuala Lumpur, Malásia seriam obrigados por Lei a disponibilizar WIFI para seus clientes.

A Lei vale para todos os novos estabelecimentos e para os antigos que forem renovar alvará. Como frequentador da botecosfera eu adoro a idéia, o acesso 3G no Brasil é uma piada e um bar com WIFI sempre cai bem. Só que eu não quero pagar por isso.

Deixando de ser imediatista por um segundo, percebo que há um custo envolvido. No bar aqui atrás de casa colocaram um linkzinho de 128KB na faixa, cortesia da Net, mas mesmo assim tiveram que investir no Access Point e no cara pra instalar. (sim, podiam ter falado comigo, eu dei o esporro depois)

Um estabelecimento maior fatalmente terá um custo, uma empresa ou um sobrinho pra configurar, desconfigurar e cobrar pra configurar de novo o roteador, e se o dono do bar não for safo, cairá na mão das Vex da vida, aí a facada será muito maior.

Se o sujeito quer fazer isso, palmas pra ele, darei preferência ao estabelecimento. Se não quiser, ele também deveria ser livre para NÃO fornecer um serviço que, me desculpem os cyberativistas, não é essencial em bares e restaurantes, assim como não acho essencial ou cultural meia-entrada em show do Justin Bieber e do Restart. Aliás, nem em show dos Beatles, quer ouvir música de graça liga o rádio.

O Governo da Malásia está pagando de bonzinho quando na verdade está economizando dinheiro. Vão descontinuar o WirelessKL, um serviço gratuito com mais de 1500 hotspots na cidade, bancado pela prefeitura.

Ou seja: Vão basicamente fazer firula com o chapéu alheio. Os comerciantes arcarão com os custos, os consumidores pagarão de forma indireta via repasses nos preços e nas eleições os políticos pagarão de bonzinhos por “dar internet pro povo”.

Pior: Como a Lei não faz distinção, botequins em favelas terão que suprir o acesso, da mesma forma que bares na zona hipster da cidade. Baladas daquelas bem loucas onde ninguém é de ninguém e todo mundo pula o tempo todo, e nenhum nerd chega nem perto terão na parede um roteador empoeirado, funcionando pois do contrário tomarão multa.

Todo o conceito de liberdade da Internet cai por terra, se essa liberdade vier de uma imposição na força da Lei.


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