As mumunhas e putanhagens do esquema das sex tapes

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Kickstarter da Sex Tape da Bar Rafaeli. Detalhes aqui.

Fenômeno interessante no mundo da safardanagem. Aqui a gente considera fazer pornô fim de carreira, mas a pessoa não sai da mídia, como a Gretchen e a Rita Cadillac. Quando o pornô só não consegue manter a figura nos programas vespertinos, ela aceita Jesus, denuncia a “indústria” e além de gerar pauta e voltar aos programas, ganha todo um novo mercado com shows em igrejas, DVDs com depoimentos, etc. E vende MAIS DVDs pornôs também, pois ao que consta nenhuma das envolvidas desiste de faturar os royalties.

Nos EUA isso não funciona. Lá o estigma de fazer pornô é muito maior. Nenhuma atriz fez o salto do explícito pro mainstream, e quem vai, não volta. A única exceção é a Dita Von Teese, que é absolutamente linda maravilhosa carismática um poço de charme e vende os antigos DVDs porno-eróticos no próprio site, numa boa.

Quando surgiu a moda das sex tapes, as mulheres envolvidas eram vistas como “vítimas”, então não havia grande “culpa moral” a se atribuir a elas, quando homens malvados roubavam e publicavam os vídeos de suas escapadelas.

Problema: Nenhuma das envolvidas procurava na Justiça DETER a distribuição dos filmes, apenas auferir parte dos lucros. Logo o caminho desbravado pela Pamela Anderson e pela Paris Hilton se mostrou uma bela e direta estrada para o “sucesso”.

Kim Kardashian imitou a Paris, e logo tínhamos dezenas de sex tapes que caíram do caminhão de mudança.

Vendo isso, o mercado pornô investiu. Começaram a oferecer propostas para ex-sub-celebridades, e surgiram “sex-tapes” como a da Tila Tequila, onde ela passa uma tarde numa suite com duas porn-stars. Quem nunca?

A tal teen mom, Farrah Abraham tentou um esquema diferente. Contratada para filmar uma “sex tape”, tentou soltar na mídia que a fita havia sido roubada, bla bla bla e que estava tendo um caso com o James Deen. Como ele literalmente não achou o pau no lixo, e só compareceu por dinheiro, denunciou o esquema.

Mesmo assim pro grande público e pra bússola moral da mídia, a ex-subcelebridade que faz sex tape é aceitável. A que faz pornô, não. A filha do Lawrence Fishburne, o Morpheus, resolveu partir direto pro pornô. SUMIU da grande mídia.

Eu nunca vou entender esse moralismo seletivo, que condena quem é honesto em suas intenções, premia que é hipócrita e ostraciza as atrizes “moralmente questionáveis” que querem sair daquele mundo, garantindo que a única coisa que sobra pra elas é continuar a fazer os filmes que os moralistas consideram tão ruins.

A conclusão que chego é que a principal característica de quem faz esse discurso moralista é a eterna insatisfação. Querem ter algo ou alguém para reclamar e culpar, enquanto discretamente consomem o tal “lixo moral” que publicamente condenam.


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