Rubinho: Como vlogueiro, um excelente Piloto

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Não estou brincando. Eu sou viúva do Senna, nunca neguei isso. Sei que é injusto comparar o Rubinho, ou qualquer piloto da atualidade a Senna, mas eu o faço. Do ponto de vista técnico Rubinho é excelente. Foi o primeiro piloto de F1 a vencer o Stig, no Top Gear, e isso não é pouca merda. Só que falta algo. Sorte, com certeza. Ele é um cupim de ferro, mas tirando isso falta… entusiasmo. Percebo um ar burocrático. Como se estivesse batendo cartão.

Isso fica evidente no canal “Acelerados”  (não ria) que Rubinho lançou, com dois outros sócios/apresentadores. Hum. Programa de carros, apresentados por 3 sujeitos… lembra alguma coisa?
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Sim, lembra. É CLARO que a primeira lembrança de qualquer aficionado pelo tema é o Top Gear. E é a base com que todas as comparações serão feitas. Eu sei, é injusto comparar um canal do YouTube com o melhor programa de carros do Universo, mas também é injusto comparar Rubinho a Senna e Piquet. Só que é impossível não comparar, e aí o bicho pega.

Assista o primeiro programa, onde Rubinho e seus amigos “avaliam” um Jaguar F-Type R. 

FEIO não está. Há valores de produção no vídeo, com trilha, cartelas, várias câmeras mas… falta glúten, falta sustança. O modelo “conversa informal” não funciona se você não tem toneladas de horas de vídeo para garimpar uma edição coerente. O áudio então está muito, muito ruim. Em alguns momentos mal dá pra ouvir o que os dois estão conversando, se bem que eles sequer falam algo que preste.

Rubinho por sua vez faz questão de demonstrar que dirige carros assim pra ir comprar pão e não dá a menor bola pra ele. Como espectador eu não gosto de me sentir diminuído assim. Ao menos em Pr0n os atores fingem que gostam das atrizes.

Na hora da “Volta Rápida”, que é quadro principal do programa, Rubinho entra, fala “agora vai” e vai. Mais nada.

Assista agora o Top Gear, resenhando o mesmo carro, na versão conversível mais fraquinha. O vídeo inglês tem 2 minutos a mais, mas duvido que você perceba. Ah sim, apesar de não parecer o do Rubinho tem só 5 minutos, não 45, como parece.

Mesmo desconsiderando a produção, o cenário, direção, o que fica mais evidente é que Jeremy Clarkson GOSTA de carros, não fica entediado. Mais ainda: Ele GOSTA de falar sobre carros. Não exibe os dados técnicos em uma cartela, como faz o programa do Rubinho. Pombas, isso eu busco no Google.

O Top Gear ganhou um Emmy de melhor programa sem script. O que é deliciosamente irônico, já que ele é fruto de um árduo trabalho de roteirização, justamente para parecer “espontâneo”. Uma coisa que quem trabalha escrevendo aprende mais cedo ou mais tarde é que não há nada mais trabalhoso de roteirizar do que improviso.

O programa do Rubinho como quase todo novato no YouTube não percebe isso. Acharam que seria algo tipo Campo dos Sonhos, se dirigir, eles virão. Não é assim. Ou tem texto ou não tem texto. Esperar que pinte algo legal na hora da gravação não funciona.

Se for assim, melhor cortar o papo, mostrar um locutor lendo ficha técnica e botar o Rubinho pra fazer o que ele faz melhor, pilotar.

Agradecimentos ao Rodrigo pela dica.


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