Faça amor ou faça guerra – Como o Tinder derrotou uma tropa inimiga

Faça amor ou faça guerra – Como o Tinder derrotou uma tropa inimiga

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Soldados falam demais, é um fato. Um bando de jovens deslumbrados com o uniforme, querendo impressionar garotas é uma fonte natural de informação, isso foi muito aproveitado nas guerras antigas. Até filmes de propaganda eram feitos alertando os soldados, não adiantava tomar cuidado com informações no dia-a-dia, se você vai encontrar uma dona dadivosa e responder tudo que ela perguntar sobre suas tropas.

Um desses filmes fez parte da série do excelente Recruta SNAFU (uma gíria militar que significa Situation Normal: All Fucked-Up).

No caso atual, felizmente não foi uma guerra de verdade, mas um daqueles exercícios onde dois grupos fingem que estão combatendo um ao outro, preferencialmente sem munição de verdade.

O combate envolveu tropas americanas e norueguesas, e resultou de um momento de tédio (algo comum em guerras, sério) quando um sujeito, provavelmente um tenente começou a futucar o celular, abriu o Tinder e reparou que havia uma grande concentração de moças militares norueguesas nas proximidades.

Não que isso seja um problema.

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O tal tenente teve uma idéia. Anotou o nome de várias moças, e a distância, como mostrada na tela do Tinder:

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Ele em seguida entregou o celular para um mensageiro de moto, indicou dois pontos no mapa separados por vários quilômetros, e ordenou o sujeito a dirigir até aqueles pontos, abrir o Tinder, encontrar as tais mulheres e anotar as distâncias marcadas.

Quando o cara voltou o tenente pegou os valores e triangulou a posição das mulheres. De posse dos dados, correu para o Comandante da Unidade, e sugeriu que fossem mandadas unidades de reconhecimento praqueles pontos.

Foi feito, um ataque realizado e o inimigo neutralizado. Os noruegueses entraram em silêncio de rádio, achando que estavam sendo monitorados, mas quando as moças foram ressuscitadas, voltaram para o campo de batalha, seus perfis no Tinder continuavam a ser atualizados, e o processo foi repetido.

No final os noruegueses ficaram putos achando que os americanos estavam trapaceando de alguma forma.

O Outro Lado

A enorme dependência que temos de celulares está se tornando um calcanhar de aquiles, ainda mais com a maioria das pessoas não ligando para privacidade.

Isso se tornou um problema muito, muito sério. Soldados tendem a gostar de se manter em forma, e gostam de se gabar disso. As Apps de Fitness aproveitam e possibilitam que você compartilhe seu regime de exercícios.

Em 2018 uma app chamada STRAVA (não confundir com ex-trava) divulgou seu mapa global, com bilhões de pontos de GPS acumulados por seus usuários. Tudo informação pública, que eles mesmos concordaram em disponibilizar.

Fora os crossfiteiros e marombeiros de sempre, apareceram rotas de gente correndo em lugares bem remotos, de bases aéreas no Índico a postos avançados no Afeganistão.

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Várias dessas rotas quando mostradas no mapa estavam no meio do nada, até postos da CIA foram identificados. Outras rotas mostravam em detalhe o perímetro das bases, incluindo as entradas e saídas não-marcadas.

Foi um desastre em termos de segurança operacional, mas não foi o único.

Em Israel não satisfeito em ter um programa espacial melhor do que o nosso, o Hamas está investindo em catfishing, usando técnicas de espionagem de primeira.

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Eles criam perfis falsos em apps de pegação, e respondem positivamente ao contato por parte de soldados israelenses. Eles se passam por boas moças judias, falando excelente hebreu, acertando até nas gírias.

Com o tempo, e depois de um ou dois nudes, as “moças” dizem que não podem baixar o Whatsapp ou Skype, e sugerem uma outra app, mandando o link. O trouxa do outro lado clica, instala a app e junto um cavalo de tróia, dando ao Hamas total acesso ao celular do soldado, monitorando mensagens operacionais, conversas, etc.

O risco causado por celulares à Segurança Operacional de operações militares é tão grande que as tropas que estão sendo movimentadas para o Golfo Pérsico por esses dias estão sendo instruídas a não levar celular.

O que convenhamos é uma esperança perdida. Se for pra ir à guerra e não fazer selfie, eu nem levanto da cama.

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