10 Musas Inesquecíveis dos videoclips dos Anos 80

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Eu sempre digo que detesto saudosismo, aquele apego doentio ao passado, aquele discurso “ah antigamente era tudo melhor”, o que invariavelmente é mentira. Um estudo demonstrou que para manter o padrão de vida de um americano de classe média, o sujeito teria que ter pelo menos 30 servos.

Isaac Asimov conta que uma vez a esposa falou que queria ter vivido nos tempos vitorianos, aonde as pessoas tinham casas enormes e muitos criados. Asimov respondeu que não era uma boa idéia, pois eles provavelmente seriam os criados.

Hoje é quase tudo melhor, a única parte chata é que vivemos em tempos puritanos, aonde o Jovem™ é extremamente conservador. Perderam a mão e uma evolução, constatar que cantadas escrotas e pedreiro são desagradáveis degringolou em uma situação aonde qualquer elogio é visto como assédio ou comportamento inapropriado. Lembrem-se de como Steve Martin foi obrigado a apagar um twit sobre Carrie Fisher, por cometer as horríveis e objetificadoras palavras:

“Quando eu era jovem, Carrie Fisher era a criatura mais linda que eu já tinha visto. Ela acabou sendo espirituosa e brilhante também.”

O horror, o horror!

Achar uma mulher bonita, sexy, é haram pra juventude lacradora, isso me botou pensando em como antigamente as pessoas eram mais livres, bandas contratavam atrizes e modelos que deixavam profundas marcas na memória e na libido de toda uma geração de meninos, e meninas moderninhas.

Este post é especialmente para espezinhar a turma que morre de medo de “sexualizar” alguém. Vamos sexualizar SIM, aliás vamos relembrar o quanto essas musas foram importantes para uma geração que cresceu sem Internet.

Como todo nerd que se preza, eu me sentia meio intimidado pelos mulherões, preferia mais a estética girl next door, por isso os clipes do George Michael, que pra quem não jogava no time era um belo connoisseur de mulher, repletos de supermodelos não me enchiam (muito) os olhos.

Mesmo assim a primeira da lista É uma supermodelo…

1 – Christie Brinkley
Billy Joel / Uptown Girl
1983

Ela já era uma supermodelo com 29 anos de idade quando fez o clipe, mas a historinha boba da moça rica que é paquerada pelo mecânico de subúrbio, e abandona o Rolls Royce para sair de moto a tornava não-ameaçadora, meu eu adolescente curtiu profundamente a coroa. Billy Joel também, mais tarde eles casaram.

2 – Ola Ray
Michael Jackson / Thriller
1983

Thriller é até hoje o melhor videoclipe de todos os tempos, e foi imensamente épico na época, com efeitos visuais de Hollywood, zumbis quando ainda não tinham saturado, uma música fantástica, Vincent Price e Ola Ray.

Como na época não havia Tumblr pra explicar que éramos todos brancos cis-héteros racistas, seguimos nossos instintos, ou ao menos nossas gônadas e babamos pela Ola Ray, a namoradinha do Michael Jackson na historinha. Mal sabíamos que ela havia feito Playboy em 1980. Viver sem internet é uma desgraça.

3 – Bunty Bailey
A-ha / Take on me
1984

Não sei se é a música, que é ótima e contagiante até hoje, ou a animação revolucionária, o imenso trabalho de corno de fazer rotoscopia de milhares e milhares de frames, a historinha da Bunty Bailey indo parar no mundo dos quadrinhos e se tornando a primeira waifu, mas algo me fez ficar caidinho pela moça.

E sim eu conheço a versão do Family Guy

4 -Betsy Lynn George
Billy Idol / Craddle of love
1990

Talvez tenha sido minha primeira Manic Pixie Dream Girl, mas pra quem fala o tempo todo que não gosta de mulheres agressivas, meu crush pela Betsy Lynn George é totalmente fora da curva. Ela é a vizinha que chega toda quietinha pedindo para ouvir uma fita, e se transforma em um poço de sensualidade.

O dono da casa, todo careta não sabe o que fazer, tenta desligar o tape deck, mas é um fato, você não tem como parar Billy Idol.

Ah sim, como todo nerd eu também fiquei curioso e demorei pra descobrir que o computador do cara é um Macintosh IIcx.

5 – Alicia Silverstone
Aerosmith / Cryin’
1993

Imagine que lindo, uma moça fofa, namoradinha, vivida, sofrida e que não leva desaforo pra casa. Numa época em que todo mundo estava cansando das princesas Disney Alicia Silverstone se tornou o primeiro crush de um monte de gente, ao quebrar um monte de tropes típicas de videoclipes.

Tem gente que é doido por ela até hoje.

6 – Jennifer Connelly
David Bowie / As The World Falls Down
1986

Sim eu sei ela é a voz do traje do Aranha e esposa do Visão, mas nessa época Jennifer Connelly era a menina mais linda do mundo, e Labirinto era um delírio de Jim Henson viabilizado pela presença mágica de David Bowie. Todo mundo soube na hora que aquela moça iria longe.

Jennifer Connelly era uma rara adolescente que parecia ser adolescente, e não aquelas atrizes geriátricas de Barrados no Baile pagando de jovem. Nós, jovens na época fomos apresentados a uma menina na nossa faixa, absolutamente linda, empoderada, lutando para salvar seu irmão.

Ficamos tão embasbacados pela personagem que nem percebemos o quão inapropriado era o David Bowie, o Rei Goblin passar o filme inteiro tentando seduzir uma menina de 16 anos.

7 – Wendy Frazier
ZZ Top / Legs
1983

Legs é um daqueles clipes que jamais seriam feitos hoje. É mais uma historinha simples, com a pegada do Patinho Feio que todo mundo gosta. Wendy Frazier é uma vendedora de sapatos meio feiosa que é humilhada em uma lanchonete, até que o Eliminator, o carro do ZZ Top aparece, com um grupo de super-peruas que dão um banho de loja em Wendy, e tiram onda com todos os babacas que a humilharam.

Curiosamente as outras não me enchem os olhos, mas o visual de Wendy, Full 80s (never go Full 80s) muito me agrada.

8 – Brooke Shields
Lionel Ritchie e Diana Ross / Endless Love
1984

Sim, eu tinha um fraco por baladas românticas, dizem as más-línguas que ainda tenho. Amor Sem Fim era um daqueles filmes obrigatórios pra gente assistir, de preferência com alguma colega do colégio, tentando pegar na mão. Esses romances trágicos adolescentes não-bruxos estavam na moda.

E sim eu era profundamente apaixonado pela Brooke Shields, e não me encha o saco problematizando, ela é alguns anos mais velha do que eu. Chorei horrores no Amor Sem Fim sim, Brooke era a namoradinha com quem eu sonhava, e mesmo depois desse tempo eu toparia na hora. Se ela curtir um 9vinho, claro.

9 = Roberta Close
Erasmo Carlos / Dá um close nela
1984

Tu ia que eu sei.

No começo dos Anos 80 o Brasil viveu um fenômeno fascinante, os jornais noticiavam “A mulher mais desejada do país é homem” e… ninguém se importava com isso. Embora até hoje haja um tabu imenso em torno de homens que se relacionam com mulheres trans, não dá pra dizer que antigamente era muito diferente, exceto para a Roberta Close.

Ela conseguiu fugir do efeito sazonal aonde o Brasil só normalizava travesti durante o carnaval, e ao invés de vender uma imagem caricata e exagerada, se apresentou como uma mulher normal e comum, se por normal e comum você entender uma morena de fechar o comércio.

Basicamente toda mulher do país se tornou a opção Número Dois, era dever patriótico de todo homem tentar primeiro comer a Roberta Close, e se você perguntar da parte operacional, isso é apenas detalhe, ou melhor, a gente não pensava no detalhe, era uma ponte que a gente atravessaria quando chegasse lá. Dizem que o Erasmo chegou. Lucky astard.

10 – Aquela menina dos Engenheiros
Engenheiros do Hawaii / Somos Quem Podemos Ser
199X

Quem será essa moça?

Era começo dos Anos 90, um programa na Manchete, C&A Shop Show. Um dia vi um clipe dos Engenheiros, uma bela baladinha, mas uma moça loirinha chamou minha atenção. Queria saber que fim levou ela…



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