Blogueiros em pânico: Google vai mudar o AdSense?

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NOOOOOOOO!!!!
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Vendo este artigo no Empreendedor Virtual, que comenta da nova rede de anúncios do Google, que vai passar a pagar somente se o usuário fizer uma compra ou algo parecido, ao invés de pagar por clique como é atualmente, fiquei preocupado. Muitos blogueiros vão se apavorar com a notícia de que o AdSense vai morrer. É fonte de renda pra muita gente, essa troca do modelo de pagamento por clique ou por exposição para o pagamento por ação pode ser muito ruim. Ou muito bom. Vamos ver o que pode acontecer…

Sites como o ProBlogger estão analisando a situação. No Digg, chamam de “morte do AdSense“. Vamos ver como funciona o modelo atual do AdSense:

A rede de publicidade do Google, responsável pela existência deste blog, trabalha com dois conceitos principais para o site que publica o anúncio:

  • Pagamento por clique

  • Pagamento por impressão

Pagamento por Clique
No pagamento por clique, cada vez que um visitante se interessa pelo conteúdo de um anúncio, consequentemente clicando nele, o dono do site ganha uma merrequinha. Por contrato não posso revelar valores individuais, mas lembre-se que são cumulativos. Pingadinho aqui e ali e logo você está ganhando mais que um médico cubano. (não que isso seja grande coisa. Não abra mão de sua mesada ainda)

Pagamento por impressão*
* Este e outros termos no glossário, ao final do artigo

Neste modelo, utilizado por exemplo em campanhas como a do Copo Vermelho, o site recebe um valor para cade vez que o anúncio é exibido. Esse foi o modelo utilizado no início da propaganda na Internet, e não funciona, para o anunciante. Se o sujeito pagar 5 centavos por impressão, mesmo em um site pífio como este, mil impressões (coisa que consigo fácil) seriam US$50,00 no bolso do papai aqui no final do dia. Lembrando que você só recebe um percentual do que o Google cobra, o sujeito pagaria provavelmente mais de US$100 para UM DIA de publicidade. Em um site pífio. Imagine uma campanha de verdade.

O modelo de impressão funciona bem para casos específicos, mas o pagamento por clique é o que vem funcionando. Infelizmente as fraudes estão aumentando, há verdadeiras “Fazendas de Cliques” com, em alguns casos, centenas de máquinas clicando em anúncios. Isso pode ser usado tanto para gerar receita para um site quanto para minar os esforços de publicidade de outro. Se eu quiser detonar a publicidade do MeioBit, por exemplo, e sei que foram contratadas 2000 impressões em diversos blogs, coloco meus chimpanzés treinados para clicar e esgotar essas 2000 impressões em questão de minutos. Nenhum usuário legítimo terá visitado o site, o dinheiro gasto em publicidade terá sido jogado fora e o Slashdot poderá ficar tranquilo mais um tempo, sem concorrência.

A Mudança para o modelo Pay Per Action
Está em testes um modelo novo para o Google, onde ao invés de cliques ou impressões, o site é remunerado por ações. O que seria isso?

Ao invés de ganhar uma merrequinha quando o sujeito clica no banner, você só ganhará se ele efetivamente fizer algo. O que é esse algo? O cliente decide. Pode ser preencher um cadastro, comprar um produto, permanecer 10 minutos no site, achar Sarah Connor…

Problemas no modelo:

Não é preciso ser um gênio na teoria dos conjuntos para saber que dos visitantes que clicam nos anúncios (entre 1% e 2%) somente um percentual faz uma compra. Assim o valor do CPA tem que ser muito mais interessante que o CPC.

Blogs genéricos serão muito afetados negativamente.

Blogs específicos podem ficar sem anunciantes, se o anunciante típico não se enquadrar no modelo CPA.

Fraude por parte de anunciantes é quase uma certeza, escolhendo açõe simpossíveis e se beneficiando das visitas somente.

O tempo dedicado ao gerenciamento de anúncios aumentará exponencialmente. Como o seu site será responsável por administrar quais anúncios quer publicar, quem está pagando mais comissões.

Anunciantes irão em bloco para o modelo CPA, na pior das hipóteses oferecem uma ação simples (visita em 3 páginas do site) e pagam muito pouco de comissão e na falta de opção, o dono do site aceita o modelo.

Vantagens no Modelo:

A remuneração por comissão é bem maior que por clique. Caso o Google não ofereça valores interessantes, lembre-se que não estamos falando da GoogleBras, sempre podemos mudar para a Yahoo Publishers Network, MSN Ads, Blogads ou qualquer outra rede de publicidade online. Há concorrência aqui para manter o Google na linha.

Ao trabalhar com o conceito de CPA, ganha-se muito mais abertura. Hoje o Google sequer reporta o banner que foi clicado, não há como facilmente identificar quem foi clicado, somente a quantidade de cliques. Assim embora seja possível banir anunciantes miseráveis que pagam sub-merrecas, isso tem que ser feito meio no olho.

Um modelo CPA essencialmente significa que você, como publisher, tem que saber qual banner vai ser clicado, de qual anunciante e quanto aquele banner pagará por ação executada.

Com isso é possível otimizar seu site, direcionando seus visitantes para os anúncios de forma bem mais legítima que um “clique aqui”. Um post sobre ferramentas de segurança pode direcionar para os melhores anunciantes, recomendados em seu texto.

Situação Atual:
O modelo de links afiliados não é novidade. Muita gente tira dinheiro dele, seja o Interney, seja o Darren Rowse. Todo mundo que coloca banners do Mercado Livre, Americanas, Magazine Luiza, Bondfare, riqueza.com.br e outros está trabalhando no modelo de CPA.

A remuneração é melhor ou pior?

Para ser sincero, todo mundo que falou mal do modelo, dizendo que “banner do submarino não funciona”, não era bem-sucedido no AdSense também. Não tenho informações de grandes sites, com mais de 50 mil visitantes diários, mas acredito que o faturamento deles via CPA seja bem maior que via CPC.

O Que o Google Vai Fazer?
O modelo novo ainda está funcionando na base de testes (não que Beta seja algo desconhecido para o Google) e não há indicações que o modelo será substituto do AdSense, e sim mais um tipo de anúncio. É bom lembrar que o Google já tem anúncios no modelo de afiliado, seja para o AdSense, Firefox, Picasa e outros.

Forçar uma mudança agora seria desastroso para todos os envolvidos, menos a concorrência. Blogs que ganham uns tostões, suficientes para levar uma vida nababesca no Casaquistão ou pagar a hospedagem ficariam zerado, fatalmente migrando para concorrentes. Blogs maiores, que dedicam 99% de seu tempo ao conteúdo não gostariam de ter que se preocupar com administração de publicidade, já que a facilidade do modelo atual é um dos motivos do sucesso do AdSense.

Eu acredito que o Google irá oferecer o serviço para anunciantes que efetivamente se beneficiem do modelo, incluindo aí um CPM*, que pode ser interessante para o site que publique esses anúncios. Também irão manter o AdSense tradicional. Muitos modelos não se enquadram no estilo CPA, se eu quero que o sujeito visite meu site, o CPC é mais que suficiente, não vale um investimento maior por clique, se o meu ganho é o mesmo.

O AdSense é importante para mim e um monte de gente, mas é muito mais importante para o próprio Google. É sua maior fonte de renda, e ninguém faz experiências no motor do avião com ele em vôo.

Glossário:

  • Impressão – refere-se à exibição de um anúncio. Contabilizado em lotes de 1000.
  • CPC – Custo por Clique – modelo de faturamento onde o anúncio é remunerado por clique, não importando (para o site que o exibe) a quantidade de impressões.
  • CPM – Custo por Mil – valor pago por cada 1000 impressões de um anúncio, independente de cliques.
  • CPA – Custo por Ação – modalidade onde a remuneração vai depender não só do clique mas de uma ou mais ações tomadas pelo usuário. Pode ter remuneração variável. “50 cents por um cadastro, um dólar por um pedido de informações, 10% de transação de venda completada, etc”

Para maiores detalhes sobre termos utilizados, visite o glossário do AdSense.

Se quiser colocar o AdSense em seu blog, ou saber mais sobre ele, visite este meu post aqui.

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