Antes que o Henrique, do Revolução, etc saia correndo gritando “eu não sou Sarah Connor”, uma explicação: Não é exterminar, exterminar, no sentido Arnold. É esquecer a moda da Web2.0, a neurose dos webstandards e acima de tudo, ter um modelo de negócios sólido. Isso vale tanto para a startup com 10 milhões de dólares de capital quanto para carrocinhas de cachorro-quente. Ou garotos que fazem malabarismo no sinal. Ou telemarketing. Ou blogueiros. (a escala hierárquica foi intencional).
O problema (ao menos para os designers) é que alguns produtos são tão bem-pensados, caem tão bem no gosto popular que quando você percebe, está preso a um layout “regular” (na melhor das hipóteses) e não pode mexer, pois o seu público já se acostumou com eles.
Já para o pessoal da área de produto, o pesadelo é o design lindo que o diretor comprou por uma fortuna, mas não tem nenhuma função OU não pode ser adaptado para o modelo de negócios da empresa.
Não se começa um modelo de negócios pelo layout, a não ser que você seja a Gisele Bündchen, mas a web 2.0 é o oposto disso. São sites com layout sem função, efeitos AJAX que comem recursos de servidor e poderiam ser aproveitados em outras coisas, Flash pra tudo que é lado, com cada um criando sua própria interface; oduto que é bom, nada.
Parece que alguém chegou para um escritório de design e pediu: “Quero um site web2.0, pra viagem. Sem cebola”
Enquanto isso, gente com modelos de negócios vencedores vive com um layout mais feio que meu extrato bancário. Exemplos?
ORKUT – Mais feio que aquilo, impossível. Desde as cores até os formulários. O tal do Orkut deve ser cego de pai e mãe. Mesmo assim tem milhões e milhões de usuários.
MYSPACE– O Orkut americano. Feio feito a necessidade. Retiro o que disse, o myspace é mais feio que o Orkut. Foi vendido por US$580 milhões.
DEL.ICIO.US – Essa desgraça que nunca consigo digitar certo da primeira tentativa consegue ser web2.0 com um layout pré-invenção do HTML. Agora deram uma melhorada e ele ficou só… irritante. Só que feio como a Zezé Macedo ao avesso,o del.icio.us é absolutamente brilhante, seu modelo de indexação por tags é usado por 100% de todo mundo que sequer pensa em tags.
Um exemplo clássico de site com um modelo de negócios vencedor e um design feito pelo Ray Charles bêbado é o PlentyofFish.com. Qual o conceito? Um site de encontros, como o tal do parperfeito, só que gratuito. Feito não para geeks, mas para gente que usa o computador como ferramenta, gente que sabe ler uma instrução, sabe olhar uma foto e tirar uma conclusão, sem se preocupar com AJAX, com XHTML ou sequer se a foto no thumbnail está achatada, fora de proporção.
Search Engine Optimizing? CSS? DHTML VALIDATED?
Até a Greta Barbo ri quanto escuta isso.
O código-fonte do Plentyoffish não tem UMA tag <DIV>. Para dizer que não usam CSS, há um link:
<link rel="stylesheet" type="text/css" href="styletest.css">
Isso mesmo, uma folha de estilo chamada… TEST.
A maioria dos designers já cortou os pulsos, mas nem todos, então vamos acabar com os sobreviventes:
Essa porcaria dá MUITO, MUITO dinheiro. Vejam UM dos cheques do Google AdSense:
Não está conseguindo ler? Clique na imagem. Sim, NOVECENTOS MIL DÓLARES. Essa coisa feia é o site de encontros número 1 da Internet, totalmente gratuito, ganhando de sites muito mais modernos, ativos e propositivos, como o Match.com.
Algum tempo atrás, sem cobrar assinatura, só com seus milhões de usuários, o criador e único responsável do site, Markus Frind. estava tirando US$10 mil / DIA. Apenas do AdSense.
Ele vai mudar o layout? EU não mudaria. Com uma renda dessas eu contrataria snipers para atirar em qualquer designer que ousasse passar na minha porta e sugerir mudanças no site.
O problema é. Eu gosto de um design bonito. Acho muito melhor uma página bem projetada, funcional e elegante do que uma porcaria em texto corrido, eu bato palmas diante de um site elegante. Sempre defendi investimentos em design em todos os BPs que participei.
Assim que puder contratarei os serviços de um bom designer, para resolver os meus sites. Só que, ao ver todos esses casos de feios vencedores, percebo que o foco é um só:
Os designers que me perdoem, mas conteúdo é fundamental.