Vendo esta matéria no Virtual Entrepreneur. percebi que minha visão de negócios estava limitada, pois nunca cogitara a idéia de prostituição em ambientes virtuais, que é genial.
Ora bolas, olhando agora é óbvio. Qual a área que seria primeiro explorada pela OCP em Nova Detroit? Jogo e prostituição. Nada de novo sob o Sol.
Um mundo virtual, onde as pessoas vivem segundas vidas, obrigatoriamente teria que descambar para a sacanagem, e se há demanda, a oferta surge.
A pergunta é: O que acontece no Second Life fica no Second Life? Se sua persona real não tem nada a ver com seu personagem, como se classifica uma prostituta virtual?
Não falo das garotas de programa que fazem ponto nas salas de chat, essas são o equivalente aos blogueiros que usam o blog para alavancar negócios no mundo real*. falo da mãe de 3 que descobriu que além de exercitar a libido, pode tirar um trocado vendendo seus favores virtuais.
* Essa frase quando tirada do contexto vai render tanto hate-mail…
Esta matéria traz uma entrevista com uma cafetina dona de diversos cyber-bordéis, e a quantidade de dinheiro que movimentam é significativa. Depois que passou a ser negociado no eBay, o dinheiro virtual no Second Life passou a ter ares de moeda de verdade. Com ele é possível comprar terrenos, construir prédios e objetos, melhorar seu avatar e tudo mais que você poderia estar fazendo na vida real se não estivesse jogando.
A “polícia do pensamento” existe em qualquer lugar do mundo. Um canadense foi preso por escrever contos eróticos envolvendo crianças. Nunca molestou ninguém, não tinha o perfil, mas ESCREVEU sobre o assunto. Um estudante americano que escreveu sobre um crime em sua escola, como trabalho de uma aula de redação, foi detido pelo FBI para averiguação.
No Brasil, o maior medo de Alcides Caminha era descobrirem que ele era Carlos Zéfiro. pois imaginava que com isso perderia seu humilde emprego público. Provavelmente estava certo. Há pouca diferença entre o que se faz e o que se fala. Em verdade, acho que o que se FALA é bem mais levado em conta do que o que se faz. Conheço gente com excelente reputação e péssimo currículo, e vice-versa. Socialmente as primeiras são muito mais aceitas.
Para quem se preocupa com o aspecto moral de tudo, isso é um pesadelo. Como classificar alguém que “vende seu corpo virtual”? Pior ainda, e se a pessoa não for semelhante ao avatar, ou não for nem do mesmo sexo?
Isso foi meio profetizado em um cartoon clássico, disponível aqui pela magia do Google Image Search:
Na Internet, ninguém sabe que você é um cachorro. Ou uma ninfeta de 15 aninhos, ou um líder dos Hell´s Angels. Se um advogado de meia-idade se especializa em interpretar uma ninfeta inexperiente, e começa a ganhar dinheiro com isso, onde está escrito que é errado? Em um ambiente virtual como o Second Life não há nenhuma premissa de que sua identidade virtual reflita sua persona real. Na verdade é até desperdício. Se você é uma dona-de-casa frustrada com 5 filhos e um marido alcoólatra, num mundo virtual você vai escolher ser uma princesa guerreira ou uma dona-de-casa frustrada com 5 filhos virtuais e um marido alcoólatra igualmente sintético?
Mundos virtuais acabam refletindo o mundo real, mas as regras de moralidade não acompanham. Afinal, matar gente é super-divertido no World of Warcraft e nem por isso temos hordas de adolescentes brandindo machados pelas ruas.
Imagino se a Surfistinha ao invés de tentar esticar seus 15 minutos em atividades “legítimas” investisse no que faz melhor. Poderia ser a pioneira na profissionalização do mercado de sexo online no Brasil, que diga-se de passagem não tem nada de Interessante desde o Dreamcam.
Um site especializado em cybersexo, com publicação dos logs, “Surfistinha e suas Amigas” iria render milhões. Usando formas de pagamento como o BRPay, estaria acessível a todo mundo sem cartão de crédito ou que não quisesse deixar rastros. Mais que um simples chat, ela estaria incorporando sua MARCA, que convenhamos é o que a vende. Fisicamente ela jamais receberia R$250 por um programa. Nem em Java.