Eu gostei do filme O Nome da Rosa e fui atrás do livro. Adorei e detestei. o Umberto Eco cismou de colocar trechos enormes em Latim, sem tradução. Achei um absurdo, um acadêmico querendo se exibir e fazendo pouco de seus leitores.
Hoje vejo a blogosfera fazendo a mesma coisa, principalmente a Blogosfera Intelectual. São citações em francês, longos textos em inglês e mesmo quadrinhos em inglês sem qualquer tipo de legenda ou tradução.
No mundo real vi um post sobre o Second Life onde os miguxos e miguxas choravam pitangas com a complexidade do programa, pedindo uma versão em português.
Não é culpa deles. Achamos que é normal dominar inglês -a língua franca da Internet- e que ninguém tem problemas, principalmente com frases simples, mensagens de alerta ou mesmo instruções de formulários.
Pois bem, vou contar um segredo: A maioria da população tem problema com interpretação de textos em português. Que dirá entender um idioma estrangeiro.
O que pode parecer simples e óbvio para a Elite (nós, blogueiros que escrevemos português corretamente, fazemos 3 refeições por dia e sabemos que Download é pra
baixar o arquivo) pode não ser óbvio para outros internautas. Interfaces são decoradas, não entendidas. Read More não é a mesma coisa que Leia Mais ou Continue Lendo.
Ao encher seu blog de expressões em outros idiomas você está alienando seu público. Cada nest’ce’pas que você coloca, cada “who cares?” é um percentual do público que você afasta. OK, a Elite gosta. Acha natural, dá um ar cosmopolita ao blog.
Então, escolha seu público-alvo. Você escreve para a Blogosfera Intelectual e seu 0.0001% ou para os outros 99% da Internet brasileira?