Assim como a África, o YouTube tem seus usos mas como experimento social é um fracasso.
Eu não tenho pele fina, lido razoavelmente com um eventual troll, mas não consigo me ver em um ambiente onde encontro todos os dias essas formas de vida especializadas em implicar, xingar, agredir e vilipendiar tudo e todos.
Mesmo o Orkut consegue ser razoavelmente civilizado. Comunidades levadas com mão-de-ferro são viáveis. Funcionam. Blogs, mesmo quando invadidos por miguxos e similares, ainda conseguem uma relação sinal/ruído boa. Em geral os trolls não contaminam outros posts. Vide este aqui onde o Doufer publicou “Acidente de carro tira a vida da cantora Kelly Key“. Era um aviso de vírus, os miguxos -claro- não entenderam e desceram a lenha no coitado. Tudo bem, a categoria “hardware” não foi contaminada.
Mas e no YouTube?
Todos, literalmente todos os vídeos assistidos por mais de meia-dúzia de pessoas está invadido por trolls. Trolls e spammers. São adolescentes enchendo os comentários de STFU, FU, n00b, lammer, teh gay e vários outros xingamentos pueris. Em todas as línguas. Ninguém diz “não gostei” quando pode dizer “Vahsifudê seo viadowvideomerda” ou algo assim, no YouTube.
O Gino diz que me importo com a falta de comentários nos blogs. É verdade, mas se for pra escolher eu prefiro um blog sem NENHUM comentário, a ter o nível de comentários do YouTube.
Aliás, eu defendo que nos, blogs, ganhemos parte do faturamento do YouTube, pois sem nossos esforços divulgando seu conteúdo, o site seria largamente ignorado. Temos direito a parte dessa simbiose, pois se o YouTube provê o conteúdo que não temos, nós provemos a comunidade de visitantes sem o qual o YouTube estaria restrito às feras que lá habitam.