Ciência comprova: Salsinhas são evolucionariamente inferiores

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Ou no mínimo sofrem de alguma lesão cerebral.

Por outro lado, SALSINHAS TÊM CÉREBRO!

Só é danificado, pois uma lesão no giro parahipocampal, no hemisfério direito do cérebro costuma resultar em perda de capacidade de entender sarcasmo.

A descoberta é de Katherine Rankin, neurofisiologista da Universidade da Califórnia. E ela assume que se há uma patologia que afete o sarcasmo, ele é mais do que algo "aprendido", e sim parte de nossa natureza.

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Biólogos Evolucionistas explicam que a criatura humana depende de interações sociais o tempo todo, e essas interações são positivas ou negativas. Não só mulheres vivem pela máxima "perdoe mas não esqueça". Nós guardamos um registro interno de todo mundo com quem interagimos, e buscamos nos cercar de semelhantes. É como quem não gosta de gato quando chega na casa de alguém com um ou mais felinos. O gato pula no visitante, para checar se é amistoso. Quando o sujeito faz escândalo "detesto gatos!", pode apostar: dificilmente será convidado de volta.

O sarcasmo, evolucionariamente falando é usado como um "nivelador de capacidades". Se você entende minhas piadas, está no meu nível e tem o privilégio de conviver comigo. Talvez até carregar minha prole. (calma meninas, não é uma ameaça, só uma alegoria) É uma evolução tardia, uma das poucas vezes onde a inteligência é privilegiada. Ainda assim não é prevalente como por exemplo a fascinação pela beleza (notaram que 100% das pessoas que usam o termo "beleza física" são recalcados?). Gente inteligente e racional fica abobada diante de uma Angelina Jolie ou da Mariana Ximenes em um bom dia.

Mesmo assim é fascinante ver como algo tão "evoluído" (isso é ironia, não sarcasmo) quanto senso de humor cáustico é apenas uma adaptação natural para melhor nos integrar ao bando. Ou camarilha. Ou matilha. Ou seja lá qual o coletivo de gente maldosa especializada em comentários sarcásticos. Ah sim: Blogosfera.

Meredith Small, antropóloga da Universidade Cornell dá um bom exemplo de como o sarcasmo funcionaria como vantagem evolucionária mesmo em condições primitivas:

 

Dois sujeitos correndo na savana africana, fugindo de um leão. O primeiro vira pro amigo e pergunta: "Já estamos nos divertindo?" O amigo, NeanderSalsa, pára de correr, coça a cabeça. "gronk não entendeu…"

Quem sobrevive para gerar prole?

O sarcasmo é um filtro importante pois exige que a informação seja interpretada, não apenas assimilada de forma linear. Dá ao ouvinte-salsinha um senso de falso conforto, ele realmente ACHA que entendeu, e cai de pau em cima de você, como neste clássico artigo "Morte aos Gays", onde os comentários estão cheios de xingamentos de gente incapaz de interpretar um texto simples.

Um dos prazeres culpados do sarcasmo é justamente esse. Alienar o interlocutor, deixando-o com cara de bobo (sem perceber) enquanto você (e os outros que pegaram a piada) ri internamente. Isso acontece sempre que solto uma das minhas frases preferidas: "Um homem sem religião é um peixe fora do aquário". As Salsinhas de Cristo em geral balançam a cabeça de forma condescendente e dizem "é verdade…"

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Nem tudo são flores, entretanto. Como um grande percentual não "pega" o sarcasmo, isso gera uma grande antipatia por parte desse grupo, que se sente (com justiça) excluído de um clube fechado, sendo tratados como cidadãos de segunda classe. Acreditem, é ruim para todo mundo. Desperdiçar piadas é chato, chato, chato. EXPLICAR piadas é a morte. Quem faz comentários sarcásticos, antes de se sentir superior gostaria mesmo é que 100% dos leitores os entendessem.

Afinal o mundo seria muito melhor se todo mundo fosse igual a gente ;)

Senso de humor em geral é importante também. Está presente em humanos, macacos, cachorros, ratos. Estranhamente, está ausente em comentaristas do YouTube. Relacionamentos só funcionam com senso se humor. Quando um lado não entende as piadas do outro, não acha graça, está fadado ao fracasso. Humor é essencial para seu bem-estar, diz esta outra pesquisa. Eu já vi muitos casais em crise por levar o relacionamento a sério demais. Tudo são problemas, tudo é crise, tudo é dramático. Assim tem-se tensão no trabalho, tensão na rua E tensão em casa. Onde esses dois vão relaxar? Onde fica sua zona de conforto? (no caso do Morróida, na Zona)

O humor sarcástico em geral vem acompanhado do humor autodepreciativo, tão impopular no Brasil, mas que é uma das melhores formas de autocrítica que já vi. Os idiotas que lêem frases como "um blogueiro absolutamente perfeito: EU" e não percebem o sarcasmo estão sendo duplamente idiotas, pois não só esse tipo de frase é uma crítica aos outros que agem assim, como a mim mesmo, um auto-alerta para não cair nessa armadilha. "eu sei", estou dizendo. Mas se uma salsinha com dano cerebral não entende isso, só lamento.

Fonte: LiveScience

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