A Ellen DeGeneres é uma mulher legal. Com uma carreira decente no cinema e na televisão, surpreendeu o mundo conservador ao sair do armário em 1997, bem antes de isso virar moda.
Sem ser chata, sensacionalista, populista ou qualquer outro ista, seus programas sempre fizeram sucesso, e foi chamada para apresentar vários grandes eventos, inclusive o Oscar.
Ellen é, também, sucesso no Twitter. Hoje ela tem 322.881 seguidores. está em 16o Lugar entre os mais bem-posicionados no Twitter. Eu que sou eu estou em 3.642o. Agora a parte da covardia: Neste vídeo aqui, que vi no Twitter do Marcelo Tas, ela apresenta sua equipe de redatores.
Redatores DO TWITTER.
Sim, periferia, a mulher tem DEZ REDATORES para escrever suas tuitadas. Ellen bota um monte de candangos para competir conosco, que trabalhamos sozinhos.
Isso é justo? Qual a vantagem de ter 300 mil seguidores assim? O Tas tem 18.000 mas escreve sozinho. Isso vale muito mais, certo?
Certo, mas só se você achar que a CNN não pode ter 600 mil seguidores, e que o Doritos não pode ter página no Orkut.
Eu entendo perfeitamente a reação das pessoas, em um primeiro momento pensei a mesma coisa. “covardia, eu tuito sozinho”.
Azar o meu. Se bem que eu blogo sozinho e não reclamo de blogs coletivos com dezenas de autores e equipe em tempo integral. Quem determinou que o Twitter é uma mídia individual e que não pode ser usada por equipes? O mesmo pessoal que determinou que blogs são nobres demais para veicular publicidade, que o Twitter não pode ser usado para fins comerciais, que anúncios no YouTube são malignos?
Eu vejo por outro lado. Vejo 10 profissionais de redação ganhando dinheiro para escrever no Twitter, coisa que eu e você não fazemos (se você não for o Tas, claro).
Vejo isso como uma profissionalização da mídia, e uma senhora dose de credibilidade, mostrando que há gente levando o Twitter mais a sério do que quem acha que ele só serve para descrever o próprio café da manhã ou falar mal do #LGRenoir.
Eu não acho que meu Twitter compete com a Ellen, e se competir, é a mesma forma de competição que faz com que um leitor invista seu tempo aqui, e não o UOL, BOL, G1, Terra, GloboNews ou qualquer outro portal feito por dezenas, às vezes centenas de profissionais.
Não quero ver uma divisão entre Twitter Pro e Twitter Pessoal, não quer ver gente dando desculpa dizendo que “ah, mas eu sou um só” para justificar o próprio fracasso.
Seguindo a sábia Sarah Silverman, “Se a vida te der AIDS, faça LimonAIDS”. Que tal ao invés de chorarmos pela malvada Ellen estar roubando o Twitter, seguirmos o exemplo?
Vamos criar Twitters coletivos para cobrir temas e eventos. Não há mistério, basta escolher pessoas confiáveis e compartilhar a senha. O Twitter do MeioBit, por exemplo, é coletivo. Isso garante muito mais conteúdo e diversidade do que se fosse só um candango atualizando.
Claro, se mesmo assim você ainda quer ficar com inveja da Ellen, fique pelos motivos certos: ela é casada com ninguém menos que a loura da foto, Portia de Rossi, atriz de Ally McBeal, entre outras séries.
