Quando começou a onda dos blogueiros se profissionalizando, tentando transformar seu trabalho em… profissão, muita gente que não tinha nada a ver com o caso se posicionou contra. Um deles foi André Dahmer, um dos GRANDES quadrinistas brasileiros da atualidade (e eu falo isso até na cara dele, se for preciso), que embarcou em uma cruzada pessoal contra qualquer um que ousasse ganhar dinheiro com seu trabalho, se o trabalho fosse escrever em blogs.
Isso rendeu peças de uma sutileza ímpar. Enquanto o Estadão era crucificado por ter talvez quem sabe associado blogueiros com primatas, Dahmer nos chamava de retardados mesmo:
Como ter um monte de gente se expressando, bem ou mal era uma realidade mais que irrevogável, no tempo em que o termo ainda fazia sentido, Dahmer voltou suas canetas (mais poderosas que espadas, dizem) para os ProBloggers, atacando a credibilidade dos mesmos, antes mesmo que a gente tivesse tempo de dizer a que veio.
Como classe, como raça, éramos isso aqui:
Em todos os eventos que ia, em seu blog e nos bares Dahmer deixava bem clara sua posição, vejam esta declaração dada ao BlueBus:
“Como eu já disse antes, é necessária uma norma de conduta
para a classe. Os blogs estao sofrendo um assédio incrível dessas empresas de
propaganda, que perceberam (tarde) a importância dessa nova mídia. É fundamental
um debate mais amplo do que “como posso monetizar meu bloguinho ao máximo”. É
preciso discutir também ética e códigos de conduta para que os blogs nao percam
a credibilidade, como aconteceu antes com os veículos tradicionais da mídia. Eu
já nao confio em elogio de blogueiro há muito tempo. Por 50 reais, a maioria
deles falaria bem até do holocausto”.
Diante disso, só posso dizer que estou chocado, CHOCADO ao ver o Dahmer neste publieditorial do Brainstorm#9:
Quem diria. O inimigo número um da publicidade em blogs não só assina a ilustração em um publieditorial como gera uma ironia involuntária deliciosa. Ele, que disse que blogueiros por R$50,00 falariam bem até do Holocausto não teve problema nenhum em fazer um trabalho para a IBM, empresa que mesmo em tempo de guerra continuou vendendo equipamentos para a Alemanha de Hitler, usados para catalogar e exterminar milhões de pessoas de forma mais eficiente.
Que fique claro que EU não teria problema nenhum em fazer um publieditorial para a IBM, mas eu sou apenas um retardado que vende a opinião por R$100,00. Ou R$50,00, se for pra falar bem do Holocausto.